A Minha Sanzala

no fim desta página

31 de agosto de 2007

O Blog Day

Blog Day 2007
"Blog Day " foi criado na convicção de que os bloggers deverão ter um dia dedicado ao conhecimento de novos blogs, de outros países ou áreas de interesse. Nesse dia os bloggers recomendarão novos blogs aos seus visitantes. Em comemoração da sua terceira edição, os bloggers de todo o mundo farão um post a recomendar a visita a novos blogs, de preferência, blogs de cultura, pontos de vista ou atitude diferentes do seu próprio blog. Nesse dia, os leitores de blogs poderão navegar e descobrir blogs desconhecidos, celebrando a descoberta de novas pessoas e novos bloggers."
Contudo penso que todos nós que "vivemos" na Blogoesfera, que nos empenhamos e esforçamos, gastando muito tempo com os nossos Blogs em detrimento de tudo o resto, merecemos o nosso "Lugar ao Sol" e o maior prémio que um blog pode receber é a tua visita e o teu comentário ...!
Por isso, apenas sugiro que visitem e naveguem neste imenso mundo chamado BlogoEsfera ...!

Tudo em: http://umsonhochamadomatilde.blogspot.com/
Sanzalando

palavras light = 0 % de assunto (28)

Me sento por aqui nesta vida de corrente alterna. Mais de um par de vezes estive nos meus sonhos. Mais de mil pares de outras vezes lhes re-sonhei e lhes senti a inquietude que não desejava ter nesta vida sonhadora.
Me encontro a olhar para o meu rosto golpeado de feridas do tempo e não vejo se tenho tempo para lhes tocar outra vez.
Me pergunto o que é que me aconteceu?
E num silêncio tardio não encontro a resposta.
Me sento assim nesta mistura de alegria e tristeza. Alegria de poder sonhar e tristeza de poder olhar no cinzento intervalo de sonhos.

Sanzalando

30 de agosto de 2007

palavras light = 0 % de assunto (27)

Me sento por aqui e me recosto num não fazer nada. Me dizem que preciso é descansar e eu lhe faço com sacrifício. Se fosse noutra altura até que eu não ia dizer que não. Mas assim como que em obrigação até custa. Nem parece é descanso. Me apetece mesmo é largar-me por aí e deixar que o tempo leve as minhas tristezas e preocupações, bem como seque as minhas lágrimas.
As más notícias me cercam continuamente e, se elas não chegam, a minha cabeça lhas fabrica como se elas fossem um dever de ser continuado.
Mas eu sei que quando reunir as forças para dar a volta encerrarei esta borbulha de dor e mágoa e enfrentarei o destino como lhe sempre fiz.
Me sento por aqui e vejo o mundo a cair em pedaços, assim parece um cristal depois de cair duns metros de palavras ditas, num reflexo desfigurado. Cada pedaço é um pouco de mim. Falta a paciência para lhes reunir e com cola lhe fazer a reconstrução. Mas com mais ou menos lágrimas, com sorrisos forçados ou gargalhadas vivas num on-line, com suor e dores musculares caminharei pelos sonhos sonhados e ainda não realizados.
Me sento por aqui sabendo que um dia me levantarei e voltarei outra vez, quantas as necessárias, a fazer os caminhos traçados até lhes atingir o fim.
Estou a me habituar à dor, à saudade e às feridas, mas tudo isto um dia não passará de estória contada num dia cinzento da vida.
Jamais serei um condenado ao sofrimento eterno, enquanto tiver a capacidade de recordar os sonhos sonhados.

Sanzalando

LAND ART, nineteen


29 de agosto de 2007

palavras light = 0% de assunto (26)

Me sento por aqui e deixo cair uma gota salgada que rola na cara sulcando as rugas que surgiram num repente. Não é gota de zulmarinho disfarçada de lágrima, é mesmo lágrima que me trás o sabor do zulmarinho. Não lhe quero deixar cair, não quero que me torne num fonte nem que a minha cara se torne num relevo de cansaço. Mas é assim a vida e vamos lhe fazer mais como. Lutar sem esquecer todos os minutos que lhe vivemos.
Acendo um cigarro, mesmo sabendo que me enterro mais nesse lume que me queima num respirar ofegante, e me ponho a falar palavras ao acaso num ocaso de casos.
Eu sei que devia rir, ou pelo menos sorrir, agradecendo ter-te tido para mim. Eu sei que tive o que desejei.
Mas, afinal, a gente nunca fica satisfeito e quer mais.
Eu estou a querer mais, mesmo que eu não me considere merecedor.

Sanzalando

LAND ART, eighteen


28 de agosto de 2007

palavras light = 0 % de assunto (25)

Me sento e espero. As andorinhas estão a ocupar todos os fios que lhe consigo ver da minha janela. Vão me deixar aqui e vão partir. Lhes pergunto a direcção e não me respondem. Vais ver não entendem a minha voz suave e sumida.
Mas é bonito terem vindo na minha rua como que a me dizer adeus.


Sanzalando

LAND ART, seventeen


27 de agosto de 2007

palavras light = 0% de assunto (24)

Aqui sentado, recapitulando odores, ventos e maresias. Ouvindo sons que me chegaram desde lá do inicio dele ao longo dos tempos, fechando lágrimas derramadas na solidão de silêncios, recordando o zulmarinho nos seus movimentos arritmados se atirando preguiçosamente nas areias de mil cores, revejo o filme de tantos dias passados.
Me salta à vista falar um epilogo, a ultima fala que te falo desta minha estória que não deveria ter fim porque não tem sentido.
Mas não é fácil falar numa página em branco.

Sanzalando

LAND ART, sixteen




Sanzalando

26 de agosto de 2007

palavras light = 0 % de assunto (23)

Sentado nesta sobra onde não sinto a maresia, não me queimo ao sol, qual estufa de flores frageis, navego-me em pensamentos como quem navega em tempestades.
A essencia da palavra é o seu silêncio, aquele que me remeto para não misturar sibalas com sabores salgados das lágrimas que clandestinamente choro.
Sentado percorro os caminhos desertos de sabor.

Sanzalando

LAND ART, fiveteen



25 de agosto de 2007

palavras light = 0 % de assunto (22)

Me sento por aqui com os olhos por ali.
Meu corpo, 60% de água e 40% de matéria orgânica por onde caminham para aí umas 60 biliões de células, mais coisa menos coisa que não estou para contar-me, que se dividem em conjuntos que se chamam órgãos. Tudo isto suportado num esqueleto de cerca de 208 ossos e equilibrado por 650 músculos.
Como me quero organizado ordenei-me em 8 aparelhos diferentes que, por eu ser democrático, lhes dei autonomia relativa.
Até há bem pouco tempo todo este conjunto se portou sem grandes problemas e cumpriu os seus objectivos.
Agora me sento e olho para trás para ver onde mesmo foi que ele começou a falhar e não lhe descubro.
Só mesmo me preocupa é lhe arranjar de novo e lhe dar um brilhozinho.


Sanzalando

LAND ART, fourteen





Sanzalando

24 de agosto de 2007

PROZAICO 20 mg

Hoje tou que nem apetece falar, por isso fui por aí e catrapisquei esta pérola

Copiado de:

http://prosaico20mg.wordpress.com/

Bula

Indicações:

O Prosaico 20mg é indicado para o tratamento da depressão cultural e outros estados de tédio profundo.

Contra indicações:

Falta de senso de humor. Preguiça de ler. Seriedade profunda.

Advertências:

Pessoas ansiosas por novos posts podem ficar ainda pior pela falta de doses diárias. No entanto o laboratório recomenda que o paciente respire fundo e que vá visitar outros blogs nos links do Prosaico 20mg. Se eles estão aqui, é porque têm um efeito positivo sobre os viciados em Prosaico 20mg.

Interacções medicamentosas:

Usar Prosaico 20mg com outros blogs de igual efeito podem ser prejudiciais à produtividade no trabalho. Há casos relatados de utilização em conjunto com You Tube que provocaram um acumulo repentino de serviço e horas extras na empresa. Nesses casos, recomendamos alguma precaução na utilização. Não há necessidade de parar de utilizar o Prosaico 20mg.

Posologia:

A dose indicada é de um post por dia. Em casos graves, pode ser recomendado uma leitura dos arquivos ou visualização de alguns vídeos do You Tube anteriormente postados. As doses podem não estar sempre disponíveis mas o laboratório compromete-se a disponibiliza-las sempre que possível.



Sanzalando

Porque hoje ainda não é sábado!



Sanzalando

23 de agosto de 2007

palavras light = 0% de assunto (21)

Me sento por aqui, que bem podia ser por ali, que parece estou nem aí.

É, faz dias eu acordo, que às vezes eu durmo, de ombros descaídos, costas encurvadas, olhar amarelecido e baço.

É, tem dias que parece eu sou um provisório na vida, um passageiro de bilhete de ida.

Aqui sentado podia dizer muitas coisas, umas mais sensíveis que outras, muitas palavras soltas ditadas directas da alma.

Mas afinal ainda estou vivo e o estar vivo tem coisas incríveis.

Podia falar da morte do Sol, que está mais brilhante agora, do que há uns milhentos anos atrás, porque está a se desintegrar. Cada vez mais gases colidem no seu interior o que lhe provoca aumento de tamanho. Crescerá tanto que um dia não vai haver mais céu azul, somente um vermelho vivo de sol. Mas aí eu já não estarei aqui para te falar estas coisas.

Mas eu que sei eu do Sol para te falar dele?

Mas eu te falava que viver tem coisas incríveis. Dormimos e temos esperança de acordar amanhã, comemos hoje porque essa comida tem consequências amanhã. Viver tem repercussões amanhã.

Quero acordar amanhã.

Também!


Sanzalando

LAND ART, thirteen



22 de agosto de 2007

palavras light = 0% de assunto (20)

Me sento por estas bandas e sonho com um beijo teu, assim como para apagar a amargura da tua ausência.
Pudesse eu olhar a tua boca e recordava-me de todos os beijos que ficaram por dar.
Mas tu não beijas e a ausência é minha.
Contradições.
Mas de qualquer maneira te guardo ocultamente dentro de mim, pronto a dar os passos que mereces que eu dê, um dia, quando deixar de estar sentado neste canto inferior de mim.
Sanzalando

LAND ART, twelve


21 de agosto de 2007

palavras light = 0% de assunto (19)

Me sento por aqui olhando por ali num desacerto de vontades.
Solidão rodeada de gente a toda a volta qual ilha dum oceano paradisíaco.
Me sento aqui com os meus pés de barro carregados de imortalidade virtual.
Assustado?
Talvez sim, talvez não.
Momentos isolados, lágrimas de saudade misturadas com outras de raiva imortal. Virtualidades não pensadas num dia a dia sôfrego de vida.
Só aos outros, desde que não a nós.
Afinal de contas é um verão que não existiu.

Sanzalando

LAND ART, eleven



20 de agosto de 2007

palavras light = 0% de assunto (18)

Me sento ao abrigo do vento, protegido do sol e num repouso que me farta. Olho para a frente. Olho para trás. Tento adivinhar onde estou, onde estive e onde estarei.
Fracas são as minhas capacidades de adivinhação.
Recordo os filmes vividos. Tenho bem presente os sonhos sonhados.
Recordo as noites quentes, as manhãs de cacimbo, as tardes de lusco fusco.
Me sento e percorro as ruas, ruelas e picadas da vida. Não me perco nem apago nenhum caminho percorrido. Só não vejo mesmo é o caminho que se vai seguir.
Olho na janela da vida e lhe sinto entrar uma aragem fresca que lenta e preguiçosamente caminha para mim. Encho o peito de ar como a querer lhe guardar para mais tarde.
Sento-me e gingo-me mentalmente como a me exercitar.
Abrigado me obrigo a viver.



Sanzalando

LAND ART, ten



19 de agosto de 2007

palavras light = 0% de assunto (17)

Estou por aqui sentado e te diria que estou no inferno. Pode ser que não seja, mas que é o que sinto isso eu lhe sei de cor e salteado.
Pudesse eu e estaria espreguiçadamente estendido na areia de mil cores a ouvir o marulhar do zulmarinho no sei vai e vem arritmado se atirando na areia como que a dar-me os recados que me trás desde lá do inicio dele. Mas aqui só lhe ouço de imaginação ou se me der ao trabalho de encostar uma concha no ouvido, fechar os olhos e me deixar embalar no sonho.
Pudesse eu e estaria agarrado a uma birra loira estupidamente gelada a afogar a minha sede e a deixar os meus olhos calcorrearem caminhos nos corpos desnudados dessa praia fértil de ideias e sonhos.
Mas como não posso me sento aqui com ganas de repetir gestos mais de mil vezes repetidos de forma mecânica, vociferando palavras surdas.
É Domingo. Quem me diria.

Sanzalando

LAND ART, nine



18 de agosto de 2007

palavras light = 0% de assunto (16)

Me sento por aqui e navego no pouco que resta da imaginação. Não vejo o final do zulmarinho, não lhe sinto a brisa, não lhe cheiro a maresia, só me chega o filme projectado de memória.
Porquê eu? Me pergunto carregado de egoísmo.
Mas hoje me sento, como tantas outras vezes eu me deveria ter sentado, e me recordo de muitas coisas e muitos sentimentos de outros tempos que eu pensava já ter esquecido.
Só acontece aos outros! Afirmo-me eu carregado de raiva.
Passa o tempo e tudo muda. Os erros de certo dia voltam à mente, em etapas cíclicas, em forma de passado num presente de futuro escondido.
Mas eu merecia? Pergunto-me na duvida de mim.
Me sento e penso de forma mais madura e distinta.
Prometo-me não viver assim.
Prometo-me repensar-te.
Prometo-me dedicar-me à luta pela mudança.
Porquê a mim se só acontece aos outros mesmo que eu mereça?

Sanzalando

LAND ART, eight


17 de agosto de 2007

palavras light = 0% de assunto (15)

Me sento por aqui. Tento desenhar um sorriso na cara.
Circulo sempre à volta do mesmo ponto.
Ouço de imaginação o zulmarinho se espraiando na areia num se estender preguiçoso, sinto sem ver as suas gotas salpicarem-me a cara num sabor salgado de refresco.
Eu continuo à volta do mesmo ponto, que não sei se é o de partida ou o de chegada. Mais ou menos como estou no meio dum caminho sem vontade de chegar.
Começar pelo fim é uma forma de avançar, não sei é se é a melhor opção.
Mas agora o que importa é juntar todas as minhas forças e arrancar-me um sorriso, voltar a ter o brilho nos olhos quando te falo, quando te sinto em mim.
Sento-me no ponto.

Sanzalando

Porque hoje ainda não é sábado!


16 de agosto de 2007

palavras light = 0% de assunto (14)

Me sento aqui e te digo desde já que nem me apetece nem pensar. Parece, faz de conta, as minhas pilhas se descarregaram e só apetece é mesmo dormir, assim numa falta de energia.
Vais ver foi a minha imaginação chocou como uma rocha parece no filme do Titanic, mas em vez de iceberg gelado, foi uma pedra tropical fixamente pregada no meu caminho.
Já sei, amanhã vai amanhecer um dia bonito e os raios de luz vão fazer brilhar a minha pele embranquecida e macilenta, eu vou apanhar as gotas salpicantes do zulmarinho a me fazer lembrar lágrimas e vou rir até não me lembrar mais das noites de trovoada.


Sanzalando

LAND ART seven




15 de agosto de 2007

palavras light = 0% de assunto (13)

Palavras que solto e me dão a sensação de que as falo quando tinha a inocência de criança. Imaculadas e brancas. Palavras perfeitamente desenhadas na boca, limadas nas suas arestas menos suaves, dando-lhes um cuidado vocal que às vezes até parecem frágeis.
São estas palavras que me fazem vir aqui dizer-tas, enquadradas em margens, soletradas sobre linhas imaginárias numa redacção quase perfeita.
Palavras transparentes, esborratadas aqui e ali por um azul ou negro borrão, engorduradas por emoções ou desfocadas por lágrimas.
São palavras do meu caderno mental que teimo em ditar-te para te ter sempre aqui a meu lado.

Sanzalando

LAND ART six



Sanzalando

14 de agosto de 2007

palavras light = 0% de assunto (12)

Se eu pudesse esquecer tudo o que sei…
Neste momento era esse o meu maior desejo.
Não que me esforce para esquecer o passado. Não que queira esconder uma linha, um degrau, uma palavra.
Unicamente porque não sei se quero o meu futuro.

Sanzalando

LAND ART five




Sanzalando

13 de agosto de 2007

palavra light = 0% de assunto (11)

Queria eu perder-me no teu corpo, desviar-me nas tuas formas, dançar na tua voz, transpirar no teu calor e encontro-me aqui como numa viagem sem regresso, num caminho sem espaço, num fogo que não se vê que arde.
Queria socorrer-me suavemente do teu corpo, das tuas carícias, estremecer os meus instintos em cada uma das tuas curvas e encontro-me aqui engasgado com uma palavra que ninguém me disse mas que não me sai da cabeça e desconsigo repetir em voz alta, martelando constantemente dentro de mim, num eco repetitivo como que a querer gastá-la para que perdesse significado e poder.
Queria, mas não ouço outros sons para além dos que me martelo insistentemente.

Sanzalando

LAND ART four




12 de agosto de 2007

palavra light = 0% de assunto (10)

Dou voltas sobre mim e ouço o vento que sopra.
Lhe imagino a levantar tudo o encontra pela frente, formando um remoinho de papéis, palavras e ideias.
Eu, um ramo seco, tentando fazer-lhe frente num oscilante equilíbrio que me prende à imaginação.
Eu, de frente ao vento que me sopra, seguro-me aos sonhos e revejo o filme que tem muito de preto e branco e não lhe encontro um sitio onde eu deva gritar:
CORTA!

Sanzalando

LAND ART three




Sanzalando

11 de agosto de 2007

palavra light = 0% de assunto (9)

O tempo abre feridas e cada momento é diferente dos momentos já passados. Assim mais parece que onde era uma floresta, hoje é um deserto, o que era o objecto do desejo hoje é uma miragem, quem hoje nos é indiferente foi ontem um amor. O tempo é um cura tudo, porque cada coisa tem o seu tempo e o tempo põe cada coisa no seu lugar.
Mas o tempo é generoso porque se encaixa na nossa vida permitindo tê-la, porque se deixa passar ao mesmo tempo que nos vai oferecendo cada vez mais. O tempo passa mas deixa-se ficar visível na nossa cara e no nosso corpo, até à alma.
Mas o tempo abre asas para que possamos viajar na nossa nostalgia.
Espero sempre ter tempo de dar ao tempo o que o tempo já me deu.

Sanzalando

LAND ART two




Sanzalando

10 de agosto de 2007

Para um fim de dia de VERÃO

Como hoje continuo sem me lembrar das palavras que te queria dizer, te presenteio com este som (que deves ouvir mesmo só com os fones nessa coisa que lhe chamam de orelha - nas colunas perdes a nitidez), fechar os olhos e te envolver no sentido espacial do som.






Sanzalando

Porque hoje ainda não é sábado!



9 de agosto de 2007

palavra light = 0% de assunto (8)

Me sento e procuro nas palavras o significado das muitas ideias que tinha para te falar. O problema é que agora não recordo nem uma palavra que te diga o que eu queria tanto dizer-te.
Eram coisas importantes, profundas e vitais. Eu sei que eram, mas agora, neste instante, não sei mesmo mais nada.
Olho-te nos olhos e me vejo por dentro. Todas as ideias parece murcharam, parece deixaram de ser importantes.
Percorro todas as palavras que sei de cor e não encontro uma que consiga dizer Obrigado sem ser um seco som saído dos lábios.
Um dia, sei que um qualquer dia, eu vou encontrar essa palavra e te direi com o brilho nos olhos.

Sanzalando

LAND ART one



Sanzalando

8 de agosto de 2007

palavras light = 0% de assunto (7)

Hoje me sento por aqui e me fico num olhar distante de mim.
Desde que recebi um banho de dor e carícias de amargura com braços derrotados que meus olhos lacrimejam lágrimas secas, cristais de sal fixos na cara, sem brilho.
Acho virei deserto de areia estéril, sem frio nem calor, alma gretada em feridas que não se vêem.
A voz tornou-se muda e as palavras silêncios em gritos abafados.
Olho-me no espelho e vejo uma imagem confusa, sem contornos, baça porque desfocada.
Hoje não quero ser eu.

Sanzalando

Ex-voto



7 de agosto de 2007

palavra light = 0% de assunto (6)

Me sento por aqui e penso num repensar interminável. Se ouço o zulmarinho é porque ouço-o, se o vejo é porque o vejo, se a maresia me embriaga é porque sim.

Eu sou dos que falam as palavras que dizem que nada na vida é por acaso. Seja o bom ou seja o ruim demais até para ser verdade.

A própria vida não é por acaso.

Geração espontânea ou mero capricho.

E eu?

Sanzalando

Ex-voto



6 de agosto de 2007

palavra light = 0% de assunto (5)

Me sento por aqui e vejo que o mundo azul tem o sabor citrino e a cor da laranja.

Não há vento, nem sol, nem chuva.

Silêncio interrompido pela MINHA VOZ muda.

Olho e nada vejo para além do tanto que ainda há para ver.

Penso palavras e ouço memórias.



Sanzalando

"Medusas" de Angola

5 de agosto de 2007

palavra light = 0% de assunto (4)

"Falas falas mas não revelas o significado do que dizes!"



É verdade. Sento-me por aqui, abrigado do sol, protegido do vento, afastado do mundo, abro a boca, digo coisas e ficam ideias no ar.



Mas já agora:

- Gostarias que alguém te desse uma peça de fruta e a mastigasse antes?



Ninguém pode descobrir o significado das coisas por ti.







Sanzalando

"Medusas" de Angola










4 de agosto de 2007

palavras light = 0% de assunto (3)

Vou pensar que hoje é a primeira vez no ano que vou olhar as pessoas que estão a meu lado como se fosse a primeira vez que lhes vejo e lhes falo da magia que lhes envolve.
Hoje ver as coisas como se fosse criança, com assombro e ilusão.
Hoje vou amar como se nunca o tivesse feito. Hoje vou estar aqui.





Sanzalando

"Medusas" de Angola



3 de agosto de 2007

palavra light = 0% de assunto (2)

Tudo será uma continuação, até que a minha boca cansada não diga nem mais uma palavra, até que o meu coração cansado pare num simples parar de bater.
Tudo será uma continuação até que eu sinta o teu sabor, o teu perfume. O quente cacimbo me entrando no corpo até me arrefecer a alma.
Tudo será uma continuação.





Sanzalando

Porque hoje ainda não é sábado!


Sanzalando em trin'golametria

2 de agosto de 2007

palavra light = 0% de assunto (1)

Caminho nos diferentes rumos das palavras à procura de não sei bem o quê. Se calhar sempre esteve à frente dos meus olhos mas a minha cegueira não me deixa nem lhe ver.
Calhando eu nem procuro nada. Já não sei.
O que eu sei mesmo é que me perco na procura da saída e o pior é que fico assim que nem paralítico se vejo a seta que diz SAIDA. Meu corpo nem se mexe, minha boca engole o grito e as minhas mãos tremem que nem gelatina, assim parece é caniçal em dia de vento.
Me perco. Me encontro e me volto a perder. Me sinto. Não te sinto.
Me vejo nos meus olhos tristes e sigo à procura.
Sorriso. Olhos. Vida. Os teus.
Vais ver perdi que foi é a razão.





Sanzalando

"Medusas" de Angola



1 de agosto de 2007

Basta-me um dia de Verão

Caminho por estes caminhos entrecortados de alma. Me perfumo no marulhar deste zulmarinho que teima em deitar pequenas gotas como se fossem minhas lágrimas. Lhe recebo as estórias que ele me trás desde lá do início dele. Deixo-lhe as minhas pegadas marcadas na areia para ele as vir buscar e levar até ao outro lado da linha recta que é curva. Lhe falo as minhas palavras para ele as levar até que nem alguém ouça lá no outro lado.
Choro no silêncio de mim para que ele consiga cumprir com a parte dele enquanto eu vou tentando cumprir com a minha.
Dizem aqui é Agosto de Verão e eu ainda não lhe notei porque lhe vivo o cacimbo.
Um dia, só um dia e tudo pode mudar. Basta um dia para soltar a angústia e mergulhar no ruído da realidade e retornarei ao essencial lugar de onde afinal nunca me fui.
Basta um dia que me seja Verão.

Sanzalando

"Medusas" de Angola



recomeça o futuro sem esquecer o passado