A Minha Sanzala

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24 de abril de 2014

Eu, a entrar em modo pausa!

Logo eu, cheio de nada, quero dar tanto para ti. Ofereço-te ramos de palavras, versos de flores e canto serenatas em modo silêncio.
Eu, nascido o criado em Nenhures, estudado na vadiagem das mais escuras ruas da vida e com passagem por portões de escolas desrespeitadas e serviços de saúde duvidosa, me havia de apaixonar por ti.
Eu que danço nos mais desaconselhados palcos da vida te convido a dançar a música que ainda não foi criada nem tocada. Eu que procuro não criar consensos mas sim dólares e outras moedas te peço que me devolvas amor em modo grátis e fácil.
Eu, a entrar em modo pausa!



Sanzalando

23 de abril de 2014

aturas

Vou trocar as minhas certezas pelos meus sonhos mágicos, minhas lembranças pelas ideias malucas e as minhas dúvidas pelo teu carinho.
Na verdade tento guardar a ânsia de escrever como se tivesse a desenhar-te e pintar a tua pele sem me arrepiar. Travo a tentação de desnudar-me desta neblina de palavras que me cobrem sem cair no teu porto de abrigo.
Na realidade escondo o meu estado deplorável no tanto amor como que me cubro.
Limpei as lágrimas e desenhei um sorriso, poli palavras e decalquei corações nos tiles e ouros acentos, decorei vírgulas e contornei pontos de interrogação.
Na realidade mudei-me porque me aturas.


Sanzalando

22 de abril de 2014

ausento-me de mim

Deitado na rede de quem faz nada, numa meia tarde de tempo quente, quando poderia estar a fazer outras mil coisas por ai, dificilmente é por cansaço mas na verdade é que me apetece estar deitado neste momento a saborear o tempo do silêncio, sem música, sem luz e sem ruído e quem sabe sem memórias para recordar. 
Vais ver ver é o lugar que encontrei para desistir sem ter assistência e ninguém perceba, é o momento marcado pelo destino de parar e fazer coisas escondido de mim.Vais ver é o momento de mais tarde acordar e rejuvenescido viver-te


Sanzalando

21 de abril de 2014

beleza

Me deixo embalar no marulhar do mar como se quisesse adormecer para poder sonhar. Adormeço e deixo-me levar sem horas para acordar.
Vejo-te e ao ouvido te digo que beleza não é ter o cabelo comprido, aqui e ali listado de branco, pernas finas, pele imaculadamente bronzeada, sorriso perfeito. Para mim é mesmo ver os teus olhos brilharem assim que nem os meus, felizes. É mesmo não importar que venha a insónia e falamos a noite toda sobre tudo e mais houvesse. É mesmo dizeres que bom quando te digo gosto-te. É encontrar o teu olhar e sentir-me sem rumo pois não me consigo desviar dele.
Continuo a dormir mesmo sabendo que é real o que sonho.
Afinal de contas, beleza é mesmo só deixarmos viver a nossa vida assim ela foi rabiscada num destino algures.


Sanzalando

20 de abril de 2014

convencido ou com vencedor

A ilusão dói na alma de quem chorou; ao fim de cinco minutos tem vezes eu já sei onde a conversa faz tempo não devia ter começado; tem abraços ou olás oferecidos que deviam ter sido guardados para outras pessoas; há problemas que já bastam só de serem chamados problemas; há momentos que eu estou bem ou não; ha solidões que têm razão de ser e outras razões que deviam ter solidão; a esperança é mais forque que qualquer medo, mesmo que eu tenha esperança de não ter medo.
Sentado na praia filosofei e fui registando no caderninho vermelho que afinal é preto para mais tarde eu me lembrar que aqui, na areia, a teu lado, ainda consigo ter ideias e pensar mesmo que os meus olhos não deixem de olhar os teus.
Aqui fraseei-me vezes sem conta, algumas vezes demolhado em lágrimas e outras vezes abraçado em abraços de carinho.
Sentado na praia, de mãos dadas sobre o tronco nú, destilo ideias que afinal são tuas porque prometi dar-tas.
Sentado na praia olho-te como quem te olha assim pela primeira vez e te sorri de ar maroto e respondes com o o brilho nos olhos e a doce voz a dizer velho simpático. 

Sanzalando

19 de abril de 2014

caminhei

Caminhei no mar depois da tremideira da hora que ia chegar fazia tempo havia um misto de medo e de querer tanto ela chegue.
Caminhei no mar a olhar para o campo, lugar onde os calos da mão é feito de agarrar a enxada, de molhar o chão e ver despontar pedaços de verdes que um dia vão estar a ferver numa panela. 
Caminhei no mar a ver o tempo cortado em fatias pequenas que se gastam num às vezes parece é a correr, quando a gente quer parar e saborear aqueles momentos que não só a nossa boca ri, como ri os olhos e a alma. Caminhei a ouvir estórias e saberes de outros tempos feitos parece é da família.
Caminhei no mar sem entender o tão vasto é este mundo que termina num mesmo não entender.
Caminhei no mar e acabei a sorrir


Sanzalando

17 de abril de 2014

palavras

Calcorreei caminhos em busca de tanta coisa e coisa nenhuma. Usei palavras como pedras para calcetá-los, usei-as para pavimentar rumos, para marcá-los. Esqueci-me do tempo, luxo que às vezes a vida não nos dá e que as palavras eternizam como se fosse abundante, exagero linguístico ou apenas figura de estilo mal passado.
Palavras que me levam a dizer por vezes que não sei o que é real e imaginário. As mesmas com que escrevo que te gosto como poderia lacrimejar por desgosto. Palavras que me ocupam a memória, o tempo real e o imaginário. Palavras soltas, seguidas, construídas. Abundância de sons que me levam a ti, para ti ou contigo.
Calcorreei caminhos com palavras para te levar para junto de mim, constantemente, num medo de não ter tempo para te as dizer, não vá a vida à vida e eu fique sem elas.



Sanzalando

16 de abril de 2014

já, futuro bem passado

Já passeei na praia, me sentei na areia, me atirei da falésia, mergulhei no mar só para ter inspiração e normalmente ela vai chegando devagarinho e não me surpreende. As palavras vão chegando docemente e eu sei que me falam de ti, em prosa ou em verso não poético, dizendo o quanto tu me és importante, coração. Imagina só eu ser um poeta que te escreve poemas de amor e tu és o papel onde escrevo as minhas palavras. Imagina só eu ser poeta e dizer-te em versos de certa métrica, pela milésima vez que tudo o que sou agora devo a ti.
Já me afundei no sofá lacrimejando, no lancil do passeio em pranto ou no muro da esquina em espanto escrevendo palavras e tanto pela tristeza de te poder perder um dia, ao fim de tarde, como se fosses uma noite que chegava para me dar nova escuridão sem lua cheia no horizonte.
Já percorri caminhos cinzentos, estradas coloridas, vielas garridas carregado de gargalhado silêncio, olhando para mim dentro e ver que todos os caminhos são caminhos de valer a pena ao ponto de ser um humano voador de sonhos e liberdade de te ter ao lado.


Sanzalando

15 de abril de 2014

tu, claro

Parece eu ouvia uma voz lá no meu intimo a me dizer que um dia eu seria amado exactamente pelo que sou e não por aquilo que imaginam que eu poderia ser.
Parece é frase feita de alguém que está dando assim um ponta pé de vai embora com parecença de que não é isso. Houve uma vez que doeu tanto esse ponta pé na alma que a cicatriz virou parecia era vício, até que tu apareceste e os muros foram sendo derrubados, parecia tijolo a tijolo a ser retirado com pinta e circunstância. Hoje já nem lembro bem onde é que ficou essa cicatriz que parecia ser difícil de tirar. Não era falta de felicidade, que amigos e família dão isso até de oferta de coração. Era mesmo cicatriz dolorosa que desapareceu quando tu ficaste à minha espera, que desaparece quando ansioso espero por ti, que esqueci onde ficou só porque dá certo ver o teu sorriso.
Afinal de contas eu sou como sou e quem me atura?
Tu, claro


Sanzalando

14 de abril de 2014

É

É, talvez por necessidade ou obrigação, que a estória de cada um é uma confusão, é um sobe e desce de altos e baixos, de nós e emaranhados, uma eterna procura de ternura de outrem.
É, por obrigação e talvez por necessidade, que a gente sabe quem realmente é quando desengrenar tudo o que parecia prescrito. 
É ideia ou ficção que o que somos não é importante?
A vida é, e talvez por necessidade e obrigação, reafirmadamente, é metafórica.
Gostei-te para sempre num eternamente que se fica num é de agora, cada instante reafirmado.


Sanzalando

12 de abril de 2014

as estradas

Todas as estradas vão dar a ti. Não me queixo, não lamento. Antes pelo contrário. Pena mesmo é que eu não consiga percorre-las todas e através delas chegar constantemente a ti.
É que eu tenho medo que o tempo corra depressa e eu deixe de conseguir gritar o teu nome e me perca de mim.
Todas as estradas vão dar a ti e por isso me deixo ir com pressa porque sei que a saudade afinal dói.



Sanzalando

11 de abril de 2014

SANZALACINE

Sanzalando

atesta-me de palavras

Dou comigo a passear-me de corpo e alma, por entre sol e sombra, por entre minutos e horas, por entre sonhos e memórias, por entre desejos e quereres. Só te peço que se eu me calar me atesta de palavras como se eu fosse o teu automóvel, porque eu preciso delas para falar-te ou de ti. 
Mas se por acaso me vires chorar não me faças perguntas nem me seques as lágrimas, dá-me só palavras de carinho.
Se me vires num quase morto não me reanimes, dá-me o teu colo e fala-me palavras simples com abraços, até eu sorrir-te ou até até numa palavras eu te agradecer.
Mas se por acaso eu não me calar de palavras erradas e te mostrar sofrimento de dor física, dá-me palavras certas até que as minhas, absurdamente loucas, ficarem abafadas nas tuas ou solitariamente perdidas no silêncio.


Sanzalando

10 de abril de 2014

és minha!

Caminho em passo curto como que com medo de gastar o tempo num repente. Imagino que talvez devesses encontrar alguém com mais maturidade, mais orgulho, menos experiência e quem sabe menos problemas. Tropeço na ideia e quase caiu, mas foi de susto e medo. Que ideia a minha. 
Mas, insistindo porque hoje me encontro ali vidrado, alguém que te facilitaria a vida, alguém que irias proteger e não sentir protegida, alguém que não sentiria medos bobos pela tua maneira clara e simples de ver as coisas. Assim alguém que não te diz as horas, que não tem programa para os dias. Não como eu que com os dias contados, os minutos sintonizados e os segundos cronometrados no tempo e no espaço.
Brrr, teimo e tremo, alguém que não fica irritado porque não consegue escalar o Evereste, que se entristece se não consegue te arrancar um sorriso ou que não respeita o teu silêncio.
Enfim, alguém que te ame mais que eu.
Impossivel. Eu fiquei a ganhar! Ganhei e não quero perder.


Sanzalando

9 de abril de 2014

amor

Andando por aí dou comigo a dizer que não falo nem metade do que penso. Vou e estou a pensar que engoli palavras, que rasurei frases ou tapei ideias feitas. Parei e melhor pensei: pensamentos positivos fazem a gente voar. Voei.
Então, imaginei-me a apanhar milhões de pirilampos e esperar pela noite para com eles ter ter uma noite iluminada. Sorri pela ideia brilhante. Mas teria de esperar pela noite. Lembrei-me de ti, sorri e pensei. Para quê ideias brilhantes se contigo eu tenho uma vida brilhante?
Voltei a sorrir e continuei a minha caminhada como que à espera de qualquer coisa que falasse de amor. É isso. É difícil falar do que toda já falou, quer em verso ou em prosa, quer em letra quer em pintura, quer em silêncio quer em filme. Afinal de contas toda a gente já se deitou com um sorriso, olhar brilhante e derramou pensamentos sobre amor. Amor é febre que todo o mundo já sentiu e que qualquer palavra que eu diga dele parece-me um eco do que já foi dito.
Sorri e espero-te.

Sanzalando

8 de abril de 2014

por palavras

De palavra em palavra vagabundo-me por ideias, sonhos e alguns pensamentos vagos. Umas vezes na praia, outras no campo outras simplesmente por aí, num lugar incerto dentro de mim. 
Umas vezes só, enquanto noutras me acompanhas, mesmo se ausente, me perco a pensar na vida e no todo que ela enrola. Umas vezes parece é forte enquanto noutras se lhe nota uma fragilidade que assusta. 
Chamaste-me a atenção para que a vida é solitária e deve ser vivida solidariamente. Mesmo cansada de pedir ajuda, a vida nos ajuda porque dentro dela há um mundo de sorrisos que se escondem, soluções de problemas que nem imaginei, um bem estar ocupado de vazios cheios.
De palavra em palavra, umas vezes de mãos dadas, outras solitariamente, desabafo queixas, desembrulho problemas e dou à luz lágrimas que sei que se não são minhas, as encontrei nalguma caixa amiga.
Solidariamente seguimos juntos como se entrássemos no mar, contra as ondas que se espraiam na areia bebendo a maresia como fortificante.


Sanzalando

7 de abril de 2014

saudade se escreve como?

Passeio na praia e me apetecia escrever um texto sobre saudade. Não só não tinha onde escrever como achei que sem ti ao meu lado eu não ia ter inspiração. Vou esperar tu chegues e assim, ajudando na procura de palavras eu talvez consiga escrever direito sobre a torta saudade.
Faz sol, a areia está aqui a me convidar a lhe pisar nos meus passos inseguros, me faltas tu. Quando à pouco disseste até já ficou a sensação dum abismo.
Isto sem ti não tem piada.
Vou procurar outras palavras e esperar tu chegues para me ajudar.

Sanzalando

6 de abril de 2014

até parece fazia frio

Fazia frio parecia era inverno e eu recolhido junto da lareira, abraçado a ti, divagava pensamentos soltos como se fosse uma chuva de ideias.
Uma ou outra vez falava alto e me respondias que sim ou muito. Outras vezes, com um brilho trocista nos olhos me dizias não.
Foi num desses instantes que disse em voz semi-alta que eu amadureço com os danos e não com os anos. Me respondeste então com ar meio trocista que o melhor agasalho é o abraço. Me abraçaste de seguida.
Sorrimos e quase em coro dissemos que quando tudo parece estar a dar certo é preciso ter os olhos bem abertos para não perdermos a atenção.
Fazia frio e a lareira cumpria as suas missões: aquecia o colectivo e dava inspiração nas palavras encontradas num dia de praia e na memória guardadas.


Sanzalando

5 de abril de 2014

SANZALACINE

Sanzalando

eu

Eu gostava de te fazer sorrir mesmo quando te vejo de ar sério. 
Eu sei que me chamaram de egoísta quando mandei para as calendas do esquecimento tudo o que me fazia triste ou melancólico, me arrastavam para a lama ou me atolavam de raiva. Hoje sei isso se chama amor-próprio.
Eu hoje percebo que tem tanta coisa que eu estou a aprender contigo que só me falta fazer-te sorrir quando me pareces estás triste sem tu mesmo saberes porquê.
Eu percebo que gostava de perceber o que percebes de mim.


Sanzalando

4 de abril de 2014

falei-me

Me olho na humidade do ar que circunda a praia por onde me passeio e me pergunto:
- onde é que eu gostava mesmo de estar neste exacto instante?
deixo o tempo passar assim num instante enquanto eu rebusco palavras limpas para dizer:
- dentro do teu abraço.
Assim, num pergunta e resposta entre mim e eu lá vou caminhando nesta areia que me segura instavelmente. Olho o azul mar, conto as ondas como se tivesse os minutos guardados na memória de que a gente gosta de atenção, de ter o calor dum aconchego, o afago de ser gente e de mimos inesperados.
Assim num relâmpago me pergunto do que gostava agora que passou um segundo da ultima vez que me perguntei e que prontamente respondi:
- de ser alimentado com coisa fina, assim como que com a tua beleza, o teu riso e o teu afeto.
Sorri, reolhei o mar e disse vou para casa assim possa.

Sanzalando

3 de abril de 2014

caladamente

Dou comigo a vagabundear ideias, a arrumar pensamentos e de repente me lembro que faz horas que não falo de amor. Se calhar não falo, mas penso.
É, hoje vou ficar calado a pensar.


Sanzalando

2 de abril de 2014

mudar de olhos

Um céu doentio tolda-me a vista e parece tenta congelar-me o coração. A chuva é tanta que parece me molha a alma, desfaz toda e qualquer partícula de mim ao mesmo tempo que espalha o meu esfarelado pelo chão que um dia pisei e que sonhei um dia voltar a pisar.
Um vento frio arrepia-me o corpo raspando-me os pensamentos como se fosse uma espátula esfregando uma parede de sonhos.
Uma tempestade de tristeza parece que me alucina.
Ah!, entretanto chegaste e o ar límpido que transportas me brilha nos olhos, o mar azul que te carrega me desenha o sorriso e a frescura da tua beleza me alegra o intimo.


Sanzalando

1 de abril de 2014

SANZALACINE

 Amizade é tudo
http://youtu.be/mR3DzRMob-c
Sanzalando

peso e medida

Mais cedo ou mais tarde eu sabia tinha de pesar as palavras. Ou será antes medir as palavras? Hoje eu vou medir ou pesar as palavras. Hoje eu não vou gastar as minhas palavras simples a falar de amor. É, hoje não vou descarregar silenciosas palavras sobre nostalgia, dores de alma, incêndios de coração nem as derreter em lágrimas choradas nas ásperas curvas da vida. Hoje eu vou arranjar uma balança ou um velho metro de madeira como tinham nas lojas antigas que vendiam a popeline a metro ou as fitas de chita, para pesar ou medir cada palavras que eu pensar.
Com as palavras bem medidas, algumas também pesadas, eu declaro que estou cansado dos dias iguais, de me afastar dos amigos, de inventar desculpas para me sentir mais leve de consciência.
Com as palavras bem pesadas, algumas também medidas, declaro que deixo o coração bater da maneira que ele quer, como quer e com quem quer. Com as minhas palavras, medidas e pesadas, caminharei sorrindo em direcção ao futuro.


Sanzalando
recomeça o futuro sem esquecer o passado