A Minha Sanzala

no fim desta página

30 de junho de 2020

eu e o presente

Eu sei que amanhã é um futuro próximo. Eu não sei quanto futuro existe. Mas se eu superei o passado e neste preciso presente eu estou a imaginar o amanhã, é porque eu percebo que o sol ainda nasce todos os dias, o que não é para todos. 
Se neste exacto presente eu sinto calor e imagino-me numa praia à espera que um guarda sol chegue, é porque eu sei que o passado me marcou e soube dar-me a volta para eu ser quem sou.
Se neste agora eu estou preocupado com algo que me deixou assim é porque a minha responsabilidade continua a respirar em mim.
Eu sei que se um dia eu não me tivesse encontrado eu hoje não estaria neste presente e nem quero  imaginar-me num presente diferente.



Sanzalando

#comida


29 de junho de 2020

eu e o bonzeado

E se torra ao sol como fosse ficar tipo peixe-seco. Assim eu não estou aqui a perder tempo. Medito torrando ao sol, torneando assuntos em reviangas de língua falada feita escrita. Descubro que os meus heróis também têm defeitos, que as feridas não tratadas infectam, que os assuntos não resolvidos perpetuam. Usando palavras pequenas eu em quase silencio me trato, me retrato e distrato-me.
É, aqui torrando quase sem ideias vejo o amanhecer da vida em cada instante dela. Eu posso não perder tempo, mas quase certo eu perco vida a cada minuto que passa. Vou, com os meus gritos de silêncio pedir perdão pelo que não fiz, pela solidão que não gastei, pelo amor que não dei.
Eu estou aqui a torrar sem tempo de ir para o meu outro lugar buscar o bronzeado de menino e moço.

Sanzalando

28 de junho de 2020

eu e eu mesmo

Faz conta eu hoje estou a festejar um grande efeito. Efeito especial, daqueles que não tem música nem som de foguetes e fanfarra, porém especial. Faz conta é um filme onde existe amor de principio, a meio e no fim. Um ambiente perfeito, sem contraluzes nem defeitos, onde tudo aparenta ser fácil e o verbo existir é fácil encontrar. Faz conta é mesmo a realidade sem falsas palavras nem meios olhares trocados.
É, acabei de fazer o meu auto-retrato.


Sanzalando

#comida


#zulmarinho


#flores


27 de junho de 2020

26 de junho de 2020

eu e o vento

Sopra o vento mais forte que brisa. Me despenteio num irritante movimento de mão para controlar a força do vento. É o ar que se move com força. deve estar a sofrer este ar assim. Eu despenteado e ele irritado. Dizem é o ar que transporta isto e aquilo. Assim ele pensa estar a distribuir mais depressa o seu peso por ai. Acho que vem areia, poléns e outras polémicas. Se eu suspirasse como venta este mundo ia rodar mais depressa do que uma volta em 24 horas. 
Arre cabelo que te rapo se continuas a querer ir com o vento.
Olha só eu a estremecer por dentro, assim num suspiro invertido por causa desse vento que me contraria. Eu acho a vida seria mais leve se o vento não soprasse assim com tanta força. Mas tinha piada? Daqui a pouco estou a pedir que o mar seja doce. Não gosto do vento mas vou usá-lo a meu favor. Vou fazer Kite-surf.




Sanzalando

25 de junho de 2020

#flores


#flores


#imbondeiro


eu e a conversa

Sentado à beira mar, na preia-mar ou baixa-mar, é irrelevante, a conversar contigo a minha alma parece está tranquila, parece está num céu paradisíaco. Não importa o assunto, não importa o tempo gasto, não importa os silêncios metidos a meio. às vezes a gente nem precisava conversar, só mesmo ouvir ou só mesmo falar. A gente se sente bem melhor. Se for preciso a gente se olha nos olhos com doçura e vale mais que as mil palavras dum silêncio de carinho.
Às vezes as conversas parecem sonhos, os barulhos se tornam música de fundo, as ondas do mar se parecem searas ondulando ao vento. Um mar de trigo azul pintado nas nossas conversas.

Sanzalando

#bebidas


24 de junho de 2020

#cajueiro #mangueira


#flores


sou assim e vou fazer mais como?

Se faz sol e eu te olhar e sorrir é porque estou feliz.
Vou preocupar mais com quê? A vida é esta e esta tenho que a viver. Fazer mais como? Sorrindo a vida e à vida. Eu ando por este labirinto, de mão dada, de olhos abertos ou simplesmente de coração arejado. Vou tropeçar? Levanto. Vou magoar-me? Ponho mercúrio ou lavo e ponho gelo. Qualquer coisa vai fazer passar. Até pode ser só o tempo.
Os meus sonhos estão por aí espalhados, assim numa anarquia mental, assim num ver se vão com o vento até à realidade. Eu sou assim e vou fazer mais como?




Sanzalando

23 de junho de 2020

eu e o nada

Mergulhei e nadei num fundo de mar. A cada braçada um pensamento e ao mesmo tempo sorria. Cada ideia que surgia eu abraçava numa braçada vigorosa porque consegui interpretar o sinal. Me esqueci de catástrofes e desembaracei-me do meu próprio caos. Vim à superfície respirar, localizar-me e orientar-me na geografia para evitar uma correcção ou desculpar-me dalgum erro posicional.
Os olhos estavam extasiados, não sei se incharam de tanta beleza. Naquele silêncio submerso não há lugar a esquecimento. Senti-me em acção. Eu sou mais que a minha ausência.

Sanzalando

#lugaresincriveis


#lugaresincriveis


22 de junho de 2020

eu e o sol

E o sol cada vez parece aquecer mais. O meu corpo estala parece quer sair a pele que está muito vivida  e já não aguenta este sol.. Até parece eu tirei de mim as coisas que não queria e fiquei assim parece peixe descamado, quase desencarnado também. Já passou o tempo que eu ficava nesse sol a contar as horas que um qualquer tu ias chegar. 
Os dedos queimados da areia e os olhos cansados de olhar para a entrada da praia. 
Agora eu olho apenas para a saída. Não, é mesmo e só porque já os olhos se cansam de olhar para o horizonte linaer encurvado. É que aqui ao sol eu vivo a minha vida e não a vida de outro alguém porque ninguém vale a minha existência. Mas o sol começa a ficar pesado e aqui, neste posto, de meditação eu desconsigo arranjar uma sombra para me deleitar a sonhar recordações do passado. Eu tenho-o porque faz parte de mim, mas não o vivo no presente. 



Sanzalando

21 de junho de 2020

eu e o eu

Faz sol e eu medito. Faz vento e eu protesto. Chove e eu me lamento. Insatisfação pura porque o sol não brilha, não faz brilhar e eu escrevo para não ficar perdido na memória, não me afundar em recordações nem sofrer de lembranças. Decifro-me, decifro-te e lá vou seguindo meu rumo como se caminhasse para o nascimento da minha alma gémea. Eu sou suficientemente egoísta para me pensar assim. Eu sou o meu poema sem rima, sou uma estória inventada por uma personagem animada dum desenhador qualquer. Sou uma resma de papel, uma lesma de assunto, um mar de recordações. Sou tudo e nada. Sou sol quando ele brilha. Sou uma amalgama de coisa nenhuma, importante conforme as necessidades, analfabeto quando me convém, intelectual se necessário. 
Nada disto. Eu sou um bocado da minha paz.


Sanzalando

#imbondeiro


20 de junho de 2020

#pordosol


eu e a escrita

Venta-te vento que não me despenteio o pouco cabelo que sobra. Sopra vento que não varres a minha memória nem apagas a minha estória. Sabes que eu sou forte, mas queria ter mais força para arriscar um pouco mais e não sofrer de lonjuras. O meu mal é a distância, o espaço que me separa da felicidade, milimetricamente distante. É, sofro de lonjuras, sofro de saudades mesmo que a minha escrita pareça um farrapo de ignorância. Três pontos parecem-me amores imperfeitos, vírgulas julgo serem dores de causas perdidas e o ponto final um nó na garganta a sufocar as saudades. 
Ai escrita nua e crua carregada de sentimento...


Sanzalando

19 de junho de 2020

eu e o tempo

Me deleito nesta praia ao sol ardente. Corpo vagueia pelos sentidos da vida em pensamentos feitos sonhos. Corpo escaldado em água fria arrefecido, mente solta, livre, sonhando sem limites. 
Eu sei que seria pedir demais que a lua nova durasse a noite toda e que o sol mantivesse este brilho enquanto fosse dia. Se assim fosse como eu teria tempo para ver as minhas cicatrizes vivenciais? É assim mesmo, tempo instável, lua durante o dia e nunca sol à noite, de modo que eu me lembre de olhar para trás e rever as tempestades que vi e se for preciso que haja trovões para relembrar as lembranças que perdi.
Me deleito por aqui, relaxadamente, descuidadamente e intemporalmente. Haja tempo



Sanzalando

18 de junho de 2020

recordei-me e filmei-me

Deixo o sol me bater na cara. Estou mesmo deitado e deleitado na areia das mil cores da praia, fazendo de conta que esta é a minha praia. Eu quero torrar como torrava quando era criança. Quero sentir o corpo estalar de quente, mesmo que agora o sol parece é diferente do tempo em que eu tinha a minha praia.Eu me deixo estar por aqui a ver os pensamentos correrem parece é um filme doutra dimensão.
Olha só eu a pensar no tempo em que fazia as coisas apenas para irritar os mais velhos. Faltei na escola. Apenas para irritar a minha mãe. Ganhei no perde paga, apenas para irritar o Reis. Fui no parque infantil fazer ginástica no escorrega, apenas para irritar o sr. Sousa. Este não faz mal porque quando a minha mãe me levar ao endireita, que é ele, ele vai me fazer doer e as ventosas me vão ficar marcadas. Agora sorri desse tempo que eu chorava.
Me sentei porque o bater do coração se acelerou. Não me assustei. Apenasmente me entusiasmei com tanto amor que eu tenho dos meus tempos de criança.



Sanzalando

17 de junho de 2020

#lugaresincriveis


eu e o amor

Sigo atrás da minha sombra. O sol bate-me nas costas, não me fere a vista nem me incomoda no olhar. Vejo o que quero com o olhar de quem apenas vê o belo. Uma esquina bem desenhada, uma janela bem enquadrada, um sorriso bonito, um olhar de morrer. O quer ver só o belo tem destas coisas. E é assim que nasce o amor. Bem, ele não nasce. Ele existe sempre e só precisa ser cuidado, só deixar ele entrar sem licença ou limitação. É ser feliz, perder o medo de o ser. Mas também é lutar, reconciliar, lutar, batalhar, reconciliar, sorrir ou chorar. Alimentar. É, o amor é assim, pelo menos para mim, dizia o cantor baixinho na radio.


Sanzalando

16 de junho de 2020

#comida


eu e a caminhada

Faz sol e eu caminho mantrando palavras em sânscrito que pouco ou nada sei o que dizem. Acalma-me a mente e a alma. Assim caminhado vou para lugar onde nunca ninguém me viu, junto forças para combater a falta de esperança, tomo o norte do meu desequilíbrio social e descarrego o peso dos ombros sombrios. Nesta caminhada evito tempestades, pontos fracos ou palavras negativas. 
Passeio pela minha mente, lugar da minha morada, esteja onde eu estiver. Eu sei que tu saberás onde me encontrar, sempre fora do pensamento alheio, sempre fora da palavra mal dita e maldita. 
Faz sol e eu caminho por entre sonhos e desejos evitando a estupidificação dos defuntos ainda vivos.


Sanzalando

#comida


#flores


15 de junho de 2020

Há uns que sim e outros que nunca mais

Podia começar com era uma vez ainda fazia sol embora fosse hora do se pôr dele.
Passeava eu por uns aquis como se fosse um vagabundo, sem hora marcada nem destino definido. Ia só mesmo por ali a caminho de lado nenhum. Vagabundava o meu tempo.
Já sei, vou parar aqui e jantar, pensei e decidi.
É gente boa e pouca como convém a quem vai namorar num solilóquio entre si, num monólogo interior. Entrei, cumprimentei e gente simpática me sorri e devolve o bem estar. Muitos sorrisos e muitas simpatias. Começou a entrar gente, gente doutros reinos e aí comecei a ver que a gente precisa levar muitas tapas para aprender que não se aprende quando se desleixa. Uma palavra simpática não basta. Tem que se ser.
Chegou o Menu. Escolha foi feita rápida, não fosse aquilo encher com mais gente doutros reinos que me poriam desconfortáveis. E assim começou o calvário. Santos da casa não fazem milagres e nem todos os meus choros eram suficientes para me segurar. Entradas? que é que é isso? Todas as que eu vi foram para outros lugares, outros reinos Fiquei ali e esperei vinha o prato, se não queres vai te embora que tem clientes que vão gastar notas maiores que a minha, pensei eu com os meus botões e talvez com os do vizinho porque os meus não eram suficientes. Tu só vens é comer, bebes pouco, não dás lucro... Acho foi isto que eu li nos olhos, ou pelo menos eu pensei que foi o que eles pensaram. Pedido chegou. Estava bom sim, que não me surpreendeu porque já tinha provado noutra altura. Mas não era o que tinha sido pedido. Engano? Pode ser que sim. A desculpa dada não pegou porque se notou foi inventada na hora.. Lamentamos. Sorrindo paguei sem direito à pergunta dum docinho ou cafezinho, que até era para pedir. Paguei e agora fiquei a remoer se os santos da casa não fazem milagres agora, não vão fazer nunca. 


Sanzalando

14 de junho de 2020

#zulmarinho


eu e a escrita

De sol a sol sorrindo, umas vezes por palavras outras só em pensamento. Talvez seja preciso dor para se ser escritor, mas dispenso. Escrevo sorrisos ou desenho silêncios, dispenso a dor, pelo que sou rabiscador. Dor leva à impaciência e este à insegurança e eu preciso de ser paciente e seguro. Maneira de estar e viver. Faço trabalhos de casa, faço rascunhos, penso, altero. Escrevo a limpo os sorrisos e os silêncios, transparentemente.
Afinal de contas cada um erra sem querer, como pode, uma vezes por amor outras para desamar, mesmo fazendo todos os estudos, pensar e repensar. Tantas vezes por dor. Dispenso. 


Sanzalando

#zulmarinho


13 de junho de 2020

#zulmarinho


eu e o sol

Quando faz sol eu riu. Quando não faz sol eu sorrio. Diferença subtil porém importante, maneira de estar diferente porém mínima, feliz sempre porque se eu não o for ninguém o será por mim. Devaneios mentais duma mente existente.
Pois também tenho dias em que não me sobram palavras boas para compartilhar. Não é que tenha monstros ou traumas na memória presente. Não é ansiedade nem depressão, não é pânico nem ódio. É só a insignificância dum dia menos bom, a madrugada dum dia de chuva onde começa por faltar o rumo e desmagnetiza-se o meu norte.
Daqui a pouco já me faz sol


Sanzalando

12 de junho de 2020

eu e a saudade

E o sol foi de feriado para longe daqui. Mas assim deu-me tempo para estar comigo, para recordar que houve dores e tristezas que me fizeram crescer por mais que eu não quisesse viver. Hoje tive tempo para ter recordações, para rever os meus passados planos, pessoas que me acompanharam por alturas desta vida, gente que me mostrou a luz do túnel da vida, pessoas a quem devo não ter fracassado. 
Hoje tive tempo para saber que o meu coração não está em ruínas mesmo que esteja cheio de noites de saudade. Eu, a tormenta e a recordação hoje passeamos juntos num momento de nostalgia e alegria. 

Sanzalando

#lugaresincriveis


#comida


#selfie


11 de junho de 2020

#bebidas


#flores


eu e o tempo

Por mais que tenha tentado por toda a minha vida e não consegui, foi deter o tempo. Palavreei-me em frases soltas, parágrafos curtos e textos simples, mas mesmo assim ele passou. 
Conclusão número um: o tempo não se detém.
Há pessoas que perdemos na vida e nos entristece porque sabemos que não voltam. 
Conclusão número dois: a morte é irreversível.
Os dias são pequenos para os sonhos grandes que vou tendo.
Conclusão número três: os sonhos são sonhos e como tal continuam.
Ainda faz pouco tempo eu era pequeno, criança cuidada e bem comportada e sonhava ser grande.
Conclusão número quatro: a vida passa como um rio


Sanzalando

#zulmarinho


#imbondeiro


#imbondeiro


10 de junho de 2020

#comida


eu e o mar

E como fez sol me atirei no zulmarinho dentro feito barco a motor. Saltei ondas, bati forte no vento que levantei. Tropecei na velocidade dos saltos. O raro cabelo esvoaçava. Eu me senti criança na brincadeira do mar.
Me deixei levar uma manhã inteira a pensar era marinheiro da vida, quando afinal eu só conheço o mar assim faz pouco tempo. Conhecia outro mar, o mar dos mergulhos da areia, o do enrolar nas ondas, o do pica-pica. Este mar é diferente. Parece é livre e livra-se o pensamento.
Meditei-me num surfar. Senti-me gente e livre. 
Os sentimentos parece se perderam num link de informação e o amor virou um like de face ou insta. Eu vi o que parece ser real, gente se esconde atrás dum personagem, as notícias soam ao que os ouvidos querem ouvir.
Eu aqui no mar me senti gente de verdade, sem falsos históricos ou fotos manipuladas, isolado sem falsos seguidores.
Regressei porque o vento estava a soprar mais forte que a minha experiência, pensei eu. Atraquei de forma artesanal e pouco convencional. Atraquei feito nabo perfeito, como se nabo andasse no mar. Olho ao lado e outro numa manobra de aprece é facil atracou mais rápido e em menos espaço eu tinha. Sorri e disse bom dia e parabéns. Realidade já rara nos tempos de hoje, falar olhos nos olhos o que vai no coração.
Acho foi do mar. 


Sanzalando

#zulmarinho


9 de junho de 2020

#comida


eu e o pensamento

Me sento a olhar o zulmarinho. Me deixo levar em pensamentos, alguns profundos e outros vazios. Vou só por aí, caindo na contradição de pedir aos céus felicidade cá na terra, consciencializado que a gente cresce para ficar velho, me lembrando das coisas até ao esquecimento total num descontrolado respirar que me sufoca.
Me sento por aqui porque sei que nem tudo são jardins floridos e nem os dias são iguais.
Vou só me sentar e pensar.

Sanzalando

#comida


#lugaresincriveis


8 de junho de 2020

eu refeito criança

O carocha azul do pai do Juleco está parado ali na esquina. Juleco está na esquina a conversar com o Major. O Sr. Castro veio na janela pedir faxavor pouco barulho. Desligaram. Essas crinaças sáo traquinas e ainda por cima barulhentas. Ah, estão a ouvir e fazem barulho de admiração das estórias de caça do Beto Reis. Eu nunca fui na caça a os animais mais selvagens eram os que o Sr. Sousa tinha lá no parque infantil, apesar do A. Sousa, o sr. Reitor de vez em quando nos dizer que nós éramos uns selvagens. Pica a burra, diria eu se fosse eu o Dr. Coutinho. Mas ali, naquela estrada que tinha árvores no meio até parecia grande avenida mas era mini, só morava e passava gente boa. Incluindo eu que é claro. O Juleco ainda não se tinha mudado para o bairro de gente fina, morava ali, ainda. Um bocado mais abaixo era o Xonera, mas esse só pensava em carros de grande velocidade. Nunca soube bem porquê que todos queriam imitar o Novais. A cidade era pequena e se a gente acelerava estava da Torre do Tombo ao da Facada demorava segundos e era multado no meio. Já sei, era para acelerar na recta curva do aeroporto... Sei lá que já me perdi nesta vagabundagem em que me meto.
Qualquer semelhança com a realidade é só mesmo a minha cabeça.


Sanzalando

#flores


7 de junho de 2020

vaguear ideias

Faz sol, faz vento e está frio. Tempo misto numa altura mística, mitiga e muda.. As opiniões mudam à velocidade da luz. Os privilégios deixam de ser constantes e as palavras escoação no vento que passa. Eu, sólido, posso tornar-me constante. O hoje é um presente que será um mistério para amanhã.
Amanhã é o fim até descobrir que pode haver um depois, o que se deixou para trás pode-nos aparecer à frente.
Faz sol, vento e está frio, não percebo porque não está na hora de ir para outra latitude, desculpar-me numa travessia de alto mar, despedir-me de cicatrizes e pesadelos. 
Afinal de contas eu queria era só deixar lastro.


Sanzalando

#flores


#flores


6 de junho de 2020

#flores


feito criança

Hoje me lembrei de ser criança outra vez. Hoje me apeteceu brincar na esquina dos Fonsecas, na água da chuva que se juntou faz parece é lagoa. Quem me vê até vai pensar eu sempre preferi a chuva. Eu gosto é do abraço da mãe ou ir na matiné do Eurico. Mas como hoje não tem disso eu vou só brincar aqui, vou ver carros parece é vedeta a andar no mar. Vais ver os mini a se afogarem aqui nesta água lagoada na rua dos Fonsecas.
Hoje quero ser criança e brincar. 
Se não tivesse essa chuva eu ia no parque infantil. Hoje eu vou ficar aqui a rir e me molhar com os carros a fazer de barcos e me molhar os calções se eu não fugir no tempo certo.
Brincadeira de criança, só.



Sanzalando

#comida


#imbondeiro


Lugares por onde tenho passado

https://photos.app.goo.gl/UvcjUJm7YJLKgyFM7



Sanzalando

5 de junho de 2020

eu e o acordar

Olha só que faz sol. Olha só como é que brilha o meu olhar só de ver assim sem mais nada de especial. Olha só a luz que faz só porque acordei hoje. Quê? Não tem motivo para sorrir. Que tem. Acordei. Anda ver só tristeza de quem o desconseguiu fazer. Morreu e nem teve tempo de alguém lhe avisar. Isso é triste. Um gajo morre e não sabe?! Eu acordei, eu vejo o brilho. Até na maçaneta. É verdade, agora a maçaneta está sempre a ser polida por isso não vale. Olha a borboleta. Quando acordou não era borboleta. Fez-se, porque acordou do estado larvar.
Eu hoje acordei e brilho-me.


Sanzalando

4 de junho de 2020

eu e o mundo

Quando era criança eu pensava ia ter o mundo só para mim. Mas o meu mundo era pequeno, estava ao alcance duma viagem de comboio ou numa boleia de carro de alguém conhecido. Eu fui crescendo e o meu mundo também. O outro mundo era enorme e eu pensei nunca mais ia conseguir tê-lo só para mim. Entristeci. O mundo era grande demais para mim. O mundo sangrava muito, gritava muito e lamentava-se cada vez mais. Eu mais entristecia. 
Deixei de desejar ter o mundo para mim. Eu passei só a querer o mundo que não esqueci, o que idealizei, o que vive na minha imaginação. O outro eu vou-me lamentando e desejando ele consiga entrar na parte do meu lado.


Sanzalando

3 de junho de 2020

#flores


eu e a mudança

Não sei se chove ou vai nevar, pois eu olho e me parece tudo isso, mesmo quando eu penso é bonito este outono na primavera. Me macambúzio de ser assim. Acho um dia vou mudar. Mas não vai ser hoje porque não me apetece.
Vou ver flores bonitas, verdes prados num deserto imaginário em vez de estar por aqui a meditar. Vou por aí ver o mundo, saltar o muro que me muralha na prisão da minha consciência, vou enterrar o poço da negatividade e não desistir de lutar contra as vozes caladas do marasmo e do vazio intelectual.
Vou por aí ver se chove ou neva, mas aqui sentado é que não fico. Quando a morte chegar então terei tempo para parar e deprimir.


Sanzalando

2 de junho de 2020

#imbondeiro


#lugaresincriveis


eu e a morte

Nublou o céu que já não é azul. Até parece eu que matei a saudade cansado de morrer por causa dela. Um dia matarei o amor, cansado de morrer por ele. Um dia dia falecerei a tristeza porque me sinto triste de morrer entristecido.
Nublou num céu que já não é azul porque me cansei do trabalho e de morrer por ele. Já não me mato a trabalhar.
Mas podes ter a certeza que não acabarei com o riso, nem que me mate a rir.

Sanzalando

#comida


#desportivamente


#lugaresincriveis


recomeça o futuro sem esquecer o passado