Perdi qualidades. Perdi faculdades. Melhor, não encontrei facilidades.
Não, não é aqui neste cantinho da falésia onde me sento e medito, onde acordado vivo sonhos de encantar, onde navego por mares ainda não domados. Aqui estou bem. Sereno. Feliz, mesmo de verdade.
Nos outros lados onde por vezes tenho de passar a minha nau. Por cantos onde tenho de deixar o meu pobre corpo repousar. Aí não tem sido fácil. Existe pressa. Existe pressão. Existe má criação. Exigência sem condição. Porque é verão e o verão acaba-se e antes que aconteça o seu fim há que não perder tempo em tempos que nos outros tempos não temos.
Bebe-se, não vá a bebida acabar como acaba o verão.
Esforça-se o corpo não vá este não aguentar o verão.
Mas o pior, é quando eu tento arranjar um lugar para comer e o verão levou todos os lugares para valas comuns de gente apressada que conversa teclando e olha nos olhos da câmara que os olhos da frente estão mais que vistos.
É verão e eu ando por aqui, às vezes escondido na minha falésia a olhar o zulmarinho de ontem com olhos de amanhã.
Sanzalando
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