A Minha Sanzala

no fim desta página

31 de agosto de 2021

com gosto a fim de Agosto

E continuo a caminhar sobre mim, num chegar a um ponto que eu possa dizer-me que me conheci. Palavras soletradas, sussurradas, gritadas ou apenasmente pensadas fizeram parte importante do meu caminho. Outra parte sou eu que tenho de fazer: criar condições para que eu seja uma realidade e não o que eu penso de mim.
Eu sei que terei de continuar caminhando porque enquanto puder eu tenho que ir aprendendo, valorizando-me, crescendo no sentido intelectual do termo. 
E é assim que termino este Agosto, com gosto de ser quem sou.


Sanzalando

30 de agosto de 2021

ainda dá

Há uns anos atrás era impossível fazer algumas coisas porque ainda não tinham inventado ou disponibilizado a tecnologia. Hoje é corriqueiro. O que me leva a pensar, sem tropeçar no meu caminhar, que afinal não há impossíveis realmente impossíveis. Há momentaneamente impossíveis. Assim sendo, neste caminhar eu vou dizer que ainda não me posso teletransportar para os meus lugares de infância, para os lugares onde aprendi que os alicerces desse meu passado iriam aguentar este presente. Hoje posso fazer uma telechamada e estar lá. Vai ficar a faltar o perfume, o calor natural e os mosquitos e moscas natural do lugar. Não é a mesma coisa ainda. Mas ainda dá para fazer as coisas que o presente já me dá e assim conseguir levar o meu dia com olhos de futuro. Se há coisas que fiz com excelência, ultrapassei o que era a minha 'obrigação', o que era expectável que fizesse, espero ter ainda coisas para fazer também com excelência. Ainda dá mesmo que não sejam as coisas que fazia aos 20 e 30 anos, mas a verdade é que mudaram algumas circunstâncias, não porém as minhas capacidades racionais de saber o que é que posso e devo ainda fazer.


Sanzalando

#lugaresincriveis


#momentos


29 de agosto de 2021

a vida

Quantas vezes neste caminhar dou comigo a pensar no que este tempo de caminhar pode ser tão curto? São tantos os sonhos e tão poucos os delírios que não sei se uma vida dá para os concretizar e filtrar. 
Uma estória de amor tem sempre um começo e um fim. O intermédio pode ser tanto de amor como de vazio.
Uma estória de vida também tem começo e fim mas no intermédio tem a intensidade que desejaste ou quiseste. Circunstancialmente podes não ter poder para mudar essa intensidade, Mas é só circunstancialmente. 
Nós temos capacidade para ir moldando a nossa vida ao dia a dia.


Sanzalando

#frutas #maracujás


27 de agosto de 2021

as palavras

Sopra brisa vinda do mar, o que me parece trazer os sons da minha infância, os ruídos da minha infantil inocência, os tons garridos da minha esperança. Eu escuto-os num passo lento de quem caminha contra um vento forte, que tantas vezes é mental e poucas vezes real. 
O que será que ainda não pensei nestas caminhadas?
Às vezes penso que as palavras teriam mais eficácia se fossem ditas em voz alta e não simplesmente pensadas. Nas noites de insónia, em que caminho deitado sobre o meu passado, fico com a ideia que nunca disse nada porque apenas usei as palavras de forma pensada e não dita e então tenho ganas de as gritar. Mas se eu caminhasse aos gritos chamar-me-iam de louco. Contrario-me e me calo nestas passadas lentas que me levam ao interior de mim, ficando com a sensação que me afogo nos meus próprios sentimentos. 
Hoje vou falar alto, mesmo que seja só para mim.


Sanzalando

26 de agosto de 2021

Sol

E o sol nos aquece até na alma quando brilha o brilho de verão. Esse mesmo sol que nos formata em quatro estações e uns tantos apeadeiros em dias que não são previsíveis e nas horas mais marcadas. Acho que antes tina dia certo no calendário para apear uma estação e começar outra. Agora é mais dia mais ou menos. Tal como a vida. É uma luta constante para a gente se equilibrar nos nossos equinócios, para a gente sentir um sol a meio da noite. É assim um sol de contrastes e outros trastes sem com. Quantas vezes eu olhei o céu e lhe busquei e ele não deu nem sinal? No outro dia nasce parece não foi nada com ele. Mas com sol é melhor. Acho eu.


Sanzalando

#momentos em que as andorinhas se concentram


25 de agosto de 2021

escrever

Caminho por palavras rumo ao desconhecido. Não por aventura mas porque acho lindo sendo que a vida é uma constante desconhecida até ser passado da nossa existência. Pode parecer assustador mas eu acho lindo, Se nós soubéssemos o que iria acontecer daqui a instantes perderíamos a vontade ou entrávamos em crise de ansiedade. Assim, iniciando a escrita deste caminho sem saber onde vou colocar o ponto final tem mais interesse do que caminhar por um caminho seguríssimo de principio meio e fim. Vou só por palavras, andando por aí, embelezando uma virgula, floreando uns três pontos ou evitando um travessão. Caminho em direcção a um final qualquer, palavra puxando palavra, como se dialogasse intrinsecamente comigo. 
Um dia vou aprender a escrever sem ser a caminhar por mim. 


Sanzalando

24 de agosto de 2021

o caminho

Caminhando pela vida, umas vezes devagar e outras correndo, vou tropeçando em ideias e pensamentos, uns novos e outros usados porem úteis, uns caducos de moral alterada pelo passar do tempo, outros impossíveis porque ainda não chegados ao seu tempo. Mas é assim a vida, esse caminho que se faz avançando casa a casa como um qualquer jogo de tabuleiro. Tal como o tempo é para avançar, já que a vida não regride, é sempre numa direcção rumo ao futuro, num jogo limpo, numa táctica definida ao momento porque felizmente não sabemos qual a meta. Nem qual nem quando. 
O caminho, diria, faz-se caminhando e como dizia o outro o que se leva desta vida é a vida que se leva agora.


Sanzalando

23 de agosto de 2021

#imbondeiro


as pedras

Se o caminho se faz caminhando imagina ser uma pedrinha dele. 
Se a pedra está no sapato dói que se farta ao ponto de obrigar a parar e removê-la. Se atirares para longe e acertar numa cabeça ela faz ferida. Se estiver no caminho e for grande te obriga a desviar. Se for pequena serve até para jogar à macaca. Se for lisa serve para afiar facas ou para construir uma parede. Uma pedra não deixa fechar uma porta, não serve de barquinho no lago mas imita um carro na estrada de brincar. Uma pedra até pode ser tumular ou enfeite de jardim. Uma pedra pode ser uma palavra atirada ao ar e ferindo uma multidão.
Eu caminho olhando as pedras da vida


Sanzalando

#momentos


22 de agosto de 2021

sorrindo

Torno o meu caminho mais curto. Não sei se ele é longo, muito longo ou como é que vai ser. Sei que o aqui e agora tem sido um caminho caminhado com sorrisos que tornam as subidas ingremes mais suaves, com lágrimas que serviram para lavar as impurezas encontradas, com ajuda nos percursos sinuosos e baralhantes, às apalpadelas nos momentos mais escurecidos de visão e clareza. Mas fui caminhando sabendo que a minha interioridade não está à superfície mas bem dentro de mim. Tentei sempre que possível arredondar as pontas das memórias afiadas que me feriam qualquer pensamento mesmo sabendo que dizem que nós nascemos já com um destino predefinido. Tentei desenhar todas as palavras que a minha boca tinha que dizer de modo a que elas saissem num tom suave e agradável, mesmo nos momentos de ira. Tentei tando que hoje, realizado, continuo a caminhar tornando o meu caminho mais curto e mais leve, sorrindo.


Sanzalando

#momentos


20 de agosto de 2021

#bebidas


vou por aí

Aproveitando o sol e a brisa que sopra, vou deslizando pensamentos na minha cabeça, feito criança que ainda não cresci. 
Tantas vezes temos a ideia que nada nos afecta, que nada nos magoa nem nos faz mágoa, porque tudo acontece é nos outros, mas nos esquecemos que nós somos os outros dos outros. 
Às vezes temos que procurar novos fins porque os nossos começos já viraram passado e só temos um caminho que se vai gastando pela frente.
Cada coisa tem o seu tempo na nossa vida e por isso existe a memória, para recordar, o resto se larga no esquecimento e segue em frente.
Nós somos seres perfeitos, mas como humanos às vezes temos falhas e temos de aprender com elas. Um erro propositado não é um erro, é mesmo um propósito.
E por aí fora vou seguindo, passeando o meu ar ultra romântico, o meu charme, estando no interior da minha mente passeando por mim e meus futuros, resguardando alguns passados e corrigindo trajectórias para que os meus erros não aconteçam propositadamente.

Sanzalando

#lugaresincriveis #zulmarinho


#zulmarinho


15 de agosto de 2021

subjectivos

Faz conta sou um atleta. Assim do tipo mariposa. Voo pelos céus sem ser em linha recta e por curtos espaços que as asa me cansam de bater contra ventos. E se vou para os lados do mar, maresia carregada de nostalgia pesam ainda mais sobre a minha frágil estrutura. Nestes tempo que já levo de pensar, nestes longos caminhos de imaginar, ainda não me perguntei o que é mesmo que eu tenho para dar. Eu sinto que ainda falta dar o muito que ainda tenho, desconsigo saber em termos de peso, de volume. De quê mesmo. Sei que não faltará amor e outras coisas parecidas, Subjetividades.


Sanzalando

13 de agosto de 2021

a vida

Sigo o meu caminho trocando pensamentos e botões num relaxado caminhar sem ponta por onde pegar. Na verdade eu gostava que a realidade fosse tal e qual eu a tinha imaginado, tal e qual o filme passado na minha cabeça. Eu sentado a ver o filme da vida a passar numa tela tal e qual eu realizador tinha imaginado. Todo o mundo de cor e alegria, um baile de festa ou festa num dançar alegre. 
Mas a realidade é uma surpresa em cada segundo. Um frame, acho é assim que se diz, de cada vez e às vezes parece tem ressalto. A vida e a realidade são especiais. Nada como eu tinha imaginado. Talvez até melhor.


Sanzalando

12 de agosto de 2021

dentro da cabeça

Às vezes me apetece fechar os olhos. Não posso caminhar por aí de olhos fechados pois posso tropeçar nalgum pesadelo e isso é mau. Mas a verdade é que às vezes apetece mesmo. É que tenho vontade de esquecer sonhos ruins, ideias absurdas, pessoas más. Dentro da minha cabeça tem de tudo. Nos meus caminhos posso encontrar de tudo. Tem ruído que ensurdece o silêncio. Tem arabescos que parece arame farpado a me embrulhar os olhos. Tem perdas e ganhos com os seus pesos relativos e absolutos. Na minha cabeça tem lugares esquecíveis e inesquecíveis. Acho que se eu fechasse os olhos por um bocado o tempo ia parar, eu podia limpar-me por dentro e depois de desabar todas as incongruências, limpar todos o cascalho sobrante, reconstruir-me com o conforto de alegria interior.


Sanzalando

#imbondeiro


11 de agosto de 2021

criticamente

Se caminho é porque caminho, se fico parado é porque não faço nada. Tem gente só a criticar porque lhe deu na gana de ser crítico. Hoje as pessoas são mais críticas do que eram. É mais fácil ser-se crítico hoje. É-se mais livre mesmo que se pense que não, mesmo que se encontre aprisionado na sua consciência.
Na verdade as pessoas hoje têm noção que a vida não dá descanso, não intervala e continua daqui a pouco. Hoje a vida é exigente, porque tudo é obrigatório ser feito ao minuto. Se passou é porque passou, não adianta protestar porque o tempo não retorna. Até parece o rio que não passa duas vezes no mesmo lugar com a mesma água. Quer carregar pilhas tem de ser em movimento, à velocidade da vida, na luta do dia a dia. Então uma maneira de dispersar a sua atenção é criticar. Passar a bola para o lado de modo que ninguém nota o quanto dispersa está a mente de quem critica. É uma maneira de mascarar a solidão, a sala mental vazia, o silêncio de vozes à volta. É uma maneira de gritar socorro não o fazendo. Gente que tem a mente vazia enche-a com crítica ao ponto que é chato e abafa os seus dias de calendário numa vida vazia carregada de reticências e outras dependências.
É fácil ser-se crítico!


Sanzalando

10 de agosto de 2021

indo-me

Se me sento a ver o mar me dá uma nostalgia que até parece é cacimbo mental num repente a aparecer no horizonte. Às vezes uma lágrima cai. Não é tristeza, é apenas uma saudável saudade. Sim porque para mim o dia mais belo é o hoje, afasto-me de obstáculos chamados medo, egoísmo, desânimo, desistência, teimosia, mentira. Tenho que como humano sou capaz de errar porém tenho a capacidade de o admitir e emendar, de aprender a não repetir.
Nestes vagueares por mares da imaginação ou da memória tenho sonhos e evito delírios. Os sonhos são realizáveis enquanto os delírios são neste momentos incapazes de serem cumpridos, realizados, por factores externos a mim, porque ainda não é hora. 
Sentado vou por aí com trabalho, comunicação, paz, sorriso alegria e esperança.



Sanzalando

9 de agosto de 2021

vida

Caminha-se, desde o nascimento à morte. Esperemos que esta última não seja anunciada, que apareça com a naturalidade de um jogo chamado vida. É, esta vida é um jogo de tabuleiro em que cada dia é uma casa, os dados podíamos dizer que era o destino, o prémio é chegar ao fim sabendo que o meio tem coisas boas e outras menos tal. A intenção é sempre seguir em frente e não como no monopólio, não há casa que diga volte ao ponto de partida. Não se regride. Jogando limpo o jogo é fácil. Se tiver táctica para ultrapassar um adversário, parceiro ou afins, liga-se o complicómetro e o triunfo parece uma encruzilhada descompreendida. 
É a vida.


Sanzalando

#lugaresincriveis


7 de agosto de 2021

consciência

E se sopra o vento eu me abrigo. Sentado sobre a consciência, retirado todo o peso inerte e desajustado, vou vagueando como um pelintra em pensamentos já pensados, usados e alguns desajustados. Vou recolhendo nela os pedaços de mim que fui deixando ao longo da vida que usei, os fragmentos quase esquecidos que quase se perdem nos abismos da memória, os que estão no sombreado da minha existência. E com tudo isto cresço, amadureço, engrandeço-me e quando encontrar a vida que tenho ainda para viver os usarei recauchutados, melhorados e brilhantes como novos.



Sanzalando

#flores


6 de agosto de 2021

#abacate #frutas


pensar

Trocando o sol pela sombra, assim num modo de divagar à fresca, pelos caminhos do pensamento, concluo que viver na ansiedade, na irritação permanente, um dia iria cair na falência multi-orgânica e consequentemente na morte, o que me deixaria em maus lençóis para pensamentos futuros. Reconhecer que ser feliz é um estado de alma, apesar de defeitos e contradições, de altos e baixos estados mentais, de certezas e crises existenciais. Tudo pode parecer deserto mas em todos eles há um oásis, porto de abrigo, segurança interior. 
Afinal de contas o meu maior critico ainda sou eu e eu posso bem comigo.



Sanzalando

5 de agosto de 2021

#flores


converso

Troco passos por dois dedos de conversa. Parei à sombra e conversei-me. Há tanto a dizer-me e tanto a ouvir-me que tenho medo não me chegue o tempo para tanto. Mas a conversa comigo flui. Espontaneamente ouço-me com atenção e falo com moderação. O diálogo comigo é simples, sem esforço e sem segredos. Não tenho segredos para comigo porque sei que quanto mais me conhecer mais serei um ser desenvolvido, mais tranquilidade terei e mais assertividade existirá.
Troco palavras comigo tantas vezes por dia que um dia estarei a par do que tenho para me dizer.


Sanzalando

4 de agosto de 2021

noite

Se há dias que são dias, há-os que são noite. Caminho ao lusco-fusco da mente, ensonado, calado, distraído, ansioso e talvez apenas taciturno comigo mesmo.
Hoje é dia que parece noite. Não me sinto bem, não me sinto forte, qualquer formiga é capaz de derrotar-me. Acho preciso uma almofada, encostar a cabeça e fazer com que este estado não me consuma. Acho que preciso tirar a cabeça de dentro de peito e sair por aí a correr e rir. Preciso tirar este nó da garganta.
Felizmente é noite e amanhã haverá outro dia


Sanzalando

3 de agosto de 2021

olhos

Quantas vezes olhamos os olhos de quem se cruza connosco?
Há olhares com tal profundidade que quase apetece dizer que o mundo cabe lá dentro. Há olhares que até dá vontade de ficar petrificado a olhar. Há olhares que têm brilho, sorrisos, alegria, vida. 
Os olhos que choram também podem ter brilho que não é só o brilho das lágrimas. Não é a água salgada que vertem que lhes dá brilho. É a pureza. A lágrima é só para lavar a tristeza porque a verdade do olhar mantem-se lá.
Os olhos que riem podem esconder alguma tristeza. A gente olhando os olhos consegue ver. Olhando nos olhos a gente pode ver mágoa, felicidade, alegria, tristeza, dor, saudade, ressaca, perturbação. O olhar não consegue esconder a alma.
Tenho pena que um dia os meus olhos deixem de ver os olhos de quem me apetece olhar.


Sanzalando

2 de agosto de 2021

silêncios

Nestes caminhares, sob o sol, à sombra ou apenas de noite, sem qualquer adjectivo ou objectivo, vou-me pondo ao corrente dos saberes ainda não pensados ou simplesmente desalinhados. Hã quem vá chorando silêncios durante a noite, há quem trace novos rumos mentais, há quem sinta um nó no estômago, há quem se desmotive guardando sorrisos, eu vou por aí trocando pensamentos por passos e passo o tempo equilibrando-me, sabendo que há tanto mundo para rodar à volta de mim, que a realidade pode ser translucida, opaca ou transparente e que a crítica é sempre mais fácil que a reconstrucção.
Nestes caminhares, definida personalidade a minha, encontro verdades que de outra forma desconheceria por não dar importância devida. Os silêncios não são palavras caladas, são opções.



Sanzalando

#momentos


Podcasts

recomeça o futuro sem esquecer o passado