A Minha Sanzala

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23 de setembro de 2015

Caíram as primeiras folhas da minha árvore de ler

Caíram as primeiras folhas da minha árvore de ler. É verdade que eu tenho uma árvore onde me sento a ler nas tardes quentes da primavera e verão. Já lhe perguntei o nome e com silêncio de árvore propriamente dita me respondeu. É antiga porque é mais velha que a minha memória da sua não existência.
Tudo isto para dizer que a minha árvore de ler me disse que era outono. Eu aí pensei no outono da vida. Reli a primavera e o verão.
Aqui, sujeito a levar com uma folha na cabeça dou comigo a sonhar que o amor é uma coisa tola de gente tola. Sou tolo, eu sei. Em cada 5 segundos eu sinto borboletas na barriga, uma vontade enorme de sair a correr, um repente de calor e frio arrepiante.
Caíram as primeiras folhas da minha árvore de ler.


Sanzalando

18 de setembro de 2015

vou por aí

Vou num ziguezague parece eu sou um lunático. Olho o mar e olho a areia. Procuro palavras como se elas estivessem numa profundidade de mar que a minha apneia não dava nem para olhá-las de longe, onde as minhas pupilas dilatadas não conseguiam nem focar. Eu caminhava num meio escuro, meio claro, onde fazia falta a luz dum projector de cinema a me indicar uma qualquer palavra, surda, muda, com ou sem til, acento circunflexo ou seja lá o quê.
Vou por aí, num filme de comédia, coisa séria sem gargalhada, passeando na praia à procura de palavras que os meus lábios possam dizer-te num fim de tarde em que o sol vai parecer é fogo e em que o dia se some para uma noite retemperadora.
Vou por aí.


Sanzalando

16 de setembro de 2015

Tem vezes as palavras fazem chorar

Faz tempo não falas para eu chorar. Foi assim mais ou menos eu recebi uma mensagem. Foi assim mais ou menos eu recebi um elogio.
Mas não me apetece chorar e também ando entretido noutras feituras que nem me apetece gastar palavras assim.
Mas hoje até liguei o rádio onde dá música daquela que parece é chorar, num calmo sem barulho, num ritmo é dança, num esquecer que o tempo passou dos tais de anos 60.
O condutor dum carro atrás apitou parece tem pressa de ir nem ele sabe onde. Foi nesse instante que acelerei o meu carro e disse comigo agora corre para ver se me apanhas. Olhei no espelho e nem no por trás do pó lhe via.
Sorri. Voltei a ser um cabeça tonta como era nos tais dos anos 60.
Inventei uma desculpa e voltei a ser o mesmo que era até à pouco. Ocupado sem tempo para gastar as palavras que tem vezes fazem chorar


Sanzalando

11 de setembro de 2015

Anda sorrir-me

Sem o teu sorriso no meu olhar eu não vou a lugar nenhum. Eu quero ver o teu sorriso, eu quero sorrir-te em cada segundo.
Anda, pega na minha mão e de mãos dadas vamos correr a praia de fim de tarde como um par que é só um.
Anda esquecer a desarrumaçâo mental da vida, esquecer as respostas das perguntas que não se fizeram, esquecer os acontecimentos que não aconteceram.
Anda sorrir-me.

Sanzalando

9 de setembro de 2015

PAZ

Posted by Abdalmajid Askari on Sábado, 7 de Março de 2015
Sanzalando

Já o sol não é quente e o vento sopra lento

Já o sol não é quente nem a gente se atrapalha no meio de tanta gente. Já o vento sopra lento e pouco a pouco se vai o talento de por as palavras num qualquer computador lento.
Bem, na verdade a gente acha que tem tempo e o tempo se gasta e não houve tempo para as letras. Pode ser agora, que o sol não está mais tão quente, que o vento sopra lentamente, eu tenha tempo para com palavras escritas te dizer que gosto de ti tanto como outrora.
Eu sei que sabes. Muito sabes tu. Sei que desafias diariamente a gravidade, o tempo e és o meu parapeito da alma. Sei que sabes que recomeçar é o meu lema em cada minuto, o meu reinventar de flor que trago na lapela, a minha descoberta de novamente ser eu em cada tempo que gastei.
Já o sol não é quente e o vento sopra lento.


Sanzalando

2 de setembro de 2015

Passo a passo

Passo a passo sigo em frente. De quando em vez um desvio, uma paragem, um sopro de descanso. De vez em quando crio uma personagem na minha mente, cheia de palavras, frases imperfeitas, parágrafos inacabados. Mas quem ouve ou lê meus sons ou meus lábios? O vento, creio eu, que no seu silvo me abafa. 
Passo a passo sigo em frente, numa viagem que um dia terá o seu fim e alguém acrescentará um posfácio. Eu não direi adeus e nem fico sentado à espera. Sigo, passo a passo, de braço dado de preferência, sempre em frente, mesmo que de vez em quando faça um desvio, uma paragem ou dê um sopro de descanso.
Sei que nada dura para sempre. Nem as dores nem a felicidade.
Por agora sigo em frente, feliz, mesmo que às vezes possa fazer uma paragem.


Sanzalando
recomeça o futuro sem esquecer o passado