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4 de agosto de 2005

Namorando o zulnarinho


"Fio": Um café na Esplanada

carranca
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Namorando o zulmarinho Hoje, 21:37
Forum: Conversas de Café
Mermão, aproveito um minuto de intervalo para te falar e conversar, verter uma ou duas birras geladas e saborear a maresia que vem das ondas do zulmarinho que tem festa lá no início dele mesmo. Não é costume, mermão conversarmos sobre a mesma coisa duas vezes seguidas. Mas hoje, mermão, vamos ter que voltar a continuar a falar da paixão e do namoro. A falar da dor que fatalmente segue a paixão, por ela é efémera e se dilui nos segundos, nas horas ou nos dias. Nessa dor, mermão, física ou espiritual, se afogam lágrimas, se abafam raivas e ódios. Tens razão, mermão, quando dizes que durante a paixão tudo tem melhor sabor. Não sou eu que vou discordar de ti. Mas te lembro sempre que após a diluição fica a água que dissolve o cloreto de sódio que te cai pelo rosto em forma de lágrima. No namoro, mermão, como no namoro que tenho com esse zulmarinho do meu encantamento, não há ódios, impulsos, travagens bruscas e acelerações rápidas, há cumplicidades, complementos, amor em forma de palavras ou de silêncios, trocas de olhar cúmplices, sorrisos matreiros e mãos que acariciam o sonho. Mermão, paga ainda mais outra que a goela começa a ficar seca e a voz rouca.Agora, mermão, vamos agarrar os 156 anos do kimbo e vamos na farra, sem maka e sem combu.

Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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