18 de dezembro de 2025

força maninha

O quarto da minha irmã passou a cheirar a álcool e a ter um sabor de doença. É um quarto de hospital. Eu, que sou mais novo, não gosto muito daquele cheiro nem do seu sabor, para não falar de hospital. Para mim, o quarto da minha irmã deveria cheirar a bonecas, trapos e outras coisas como dantes.

A minha irmã está com uma doença, como diria a minha mãe se cá estivesse para nos mimar. É uma daquelas que pede muito descanso, mantas fofas e dias inteiros deitada a olhar para a janela e sorrir. Eu não gosto de ver ou saber que a minha irmã está pálida, mesmo sabendo que não perdeu o sentido de humor, que não é igual ao meu mas é dela mesmo. Fico assim de coração apertado como se tivesse dado um nó nos atacadores que me estrangulam até na alma.

A minha irmã não vai ficar boa num passe de mágica, mas até sorrir também com os olhos, eu vou olhar para todas as estrelas e ver qual delas lhe vai brilhar na alma e fazer pensar que não foi mais que o susto de um relâmpago que me assustou.

Força maninha, tu consegues voltar-me a sorrir também com os olhos.



Sanzalando

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