recomeça o futuro sem esquecer o passado

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30 de agosto de 2016

sem constrangimentos

Tropeço numa montanha de palavras que estão presas na minha memória, assim num novelo de teia de aranha misturado com pó, que tentam resistir à saída. 
Já sei é preguiça misturada com astenia e quem sabe alguma tristeza.
Estas palavras são de sonhos sonhados, desejos desejados e saudades sentidas. Mas a realidade que é mais real que a minha memória, faz com que elas se prendam num alheado de formas conturbadas que obstruem as possíveis saídas duma falta de tempo não medida.
Na verdade nem eu consigo ver os caminhos tortos que elas, as palavras, tomam quando saídas ao acaso duma realidade ficcionada.
Não vou julgar a minha estória, não vou pesar os meus sonhos, não vou quantificar os meus desejos nem vou abafar a minha tristeza, só porque as palavras teimam em não sair da memória e se deixam emaranhar nas teias de aranha, na amálgama de pó que as cimenta num quadriculado assimetrico de significados.
Tropeço numa montanha da palavras que te digo nos nossos silêncios, nas trocas de sorrisos marotos e na virtualidade da vida real.
Te gosto e essa palavra simples sai sem constrangimentos.


Sanzalando

6 de agosto de 2016

deliberadamente

Deliberadamente lento, caminho por atalhos da memória porque hoje resolvi rasgar alguns caminhos que me levaram ao rancor e aos silêncios da compaixão. Eu não sou assim e nunca mais o serei, deliberadamente decidido.
A brisa que sopra não me arrefece o incendiário pensamento que teima arder nos minutos livres que aflitivamente procuro ter para mim e me atrapalho em rasteiras linguísticas.
Faz calor de meio dia e eu pareço um desastre, queria estar a teu lado a sorrir e afinal estou por aqui a transpirar calores antigos, num fim de tarde calmo e sereno
Deliberadamente lento, acho me confundi nos caminhos das palavras que escolhi para me plagiar e decido ir a banhos numa peregrinação por lugares comuns


Sanzalando

3 de agosto de 2016

Me olha e confirma

Olha só para mim a caminhar num passo lento enquanto vejo o mar se ondular com carneirinhos lá longe. 
Vês o meu olhar preocupado? Desconsegues de todo. 
Eu estou só mesmo a olhar para o longe num voo planado de imaginação e despreocupação. O tempo é demasiado bom para o gastar não gostando. Gosto de o gastar com bom gosto nem que seja só mesmo a olhar e a cantar um mantra como que a me distrair.
Olha só para mim a não me olhar para o desgaste de cansar a pensar no mal que os outros possam pensar.
Me olha nos olhos e diz se não vês esse azul mar a me encher a alma de alegria e bem estar. Me olha nos olhos e me diz outra vez: vamos mergulhar que te faz bem!
Me olha nos olhos e me diz se não vez que eu não desisto mas insisto. Ser feliz tem destas coisas.


Sanzalando