recomeça o futuro sem esquecer o passado

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15 de outubro de 2024

futurologia

Gostava de escrever uma carta como escritor de papel passado e certificado no bolso. Mas antes disso eu tenho de aprender a escrever. Não. Não é o mesmo que ler. Ler a gente ouve as palavras que o outro escreveu. Eu queria mesmo é que estivessem a ler as minhas palavras ditas num papel de livro. Assim como que um livro não é uma catrefada de palavras escritas numa molho de papel. O falar a gente diz e as palavras vão embora e se perdem no ar, No livro estão ali. Podem sempre ser buscadas sublinhadas ou riscadas. Cada palavras é um pedaço de mim ali tatuado de forma eterna. Risos, pensamentos ou tristezas e emoções ali gravadas.
Mas quem sou eu para escrever um livro que fale de mim e da resma de coisas que tenho dentro de mim? Quem sou eu para quebrar o silêncio da minha existência apagada ou deslustrada pelo tempo que passa?
Sim, eu sei que sou o melhor escritor que tenho dentro de mim, mas quem me faz escritor seria quem um dia me leu.
Nesse futuro incerto que teve um passado em que registei nas palavras que um dia gravei numa folha de papel já não com tinta de chumbo nem caracteres postos uma a um como no tempo em que os livros hoje tenham cheiro a pó, nem com os vocabulários da literatura erudita, sublinhados e grafitados por cima numa linguagem mais simples dirão que eu tinha o estilo característico de mim mesmo. As palavras são a cópia dele. Futurologia.


Sanzalando

7 de outubro de 2024

porque escrevo

e eu me pergunto: porque escrevo?
um dia, quando souber escrever, depois de muito treinar e muito deitar fora, eu vou escrever. É claro que vai estar o eu de mim nas palavras que eu escrever, mas eu vou só fazer de conta que nem sou eu que me estou a limpar de forma solitária.
abstraído do ruído do mundo encerro-me em cada palavra e, com sentido, vou me transparentizar numa forma de desenho que em vez de traços e pinceladas, leva letras e frases feitas a desfazerem-se em sentido. deixa só aprender a escrever direito, assim como que nem os clássicos, os modernos e vanguardistas, e vou levar-me livro dentro que nem fantasma encarna no corpo do leitor. Se não tiver leitor fica só encarnado na capa até que apareça um num futuro qualquer se ainda houver mundo. 
o livro que eu escrever é para ser lido lá mais para a tardinha, quando o mundo estiver sossegado, quase depois do pôr do sol e antes do cair da noite escura.
mas porque escrevo agora se é para ser lido só nessa tarde quase noite?
descomplica-me. Tem gente que gosta e tem gente que nem vai ver. Um dia num acaso alguém vai abrir e me vai desnudizar as palavras que eu agora escrevi. Vai dizer ele estava assim e assado e coisa mais que tal. Quem ler vai ter a liberdade de pensar que nem como eu, ou diferentemente. É livre de ler como entender, da mesma maneira que eu escrevi livre e transparente. Igualdade, fraternidade e liberdade, são as letras que formam as minhas palavras, que fazem as frases e depois os parágrafos e por aí fora que nem lembra ao diabo. Mas escrevi. Eu escrevi. Agora só falta tu, você, alguém, ler para dar continuidade ao texto. Sem leitor ele para aqui.


Sanzalando

2 de outubro de 2024

Microfone Livre 02 - K'arranca às Quartas


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Ruy Duarte de Carvalho - K'arranca às Quartas


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Crónica 26


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tesourinhos musicais 14 - Blusões Negros


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Programa 37 - K'arranca às Quartas

Programa de Rádio com palavras, livros e música  - 02 de Outubro de 2024. 

  tal e qual como se fosse em directo. Hoje falando de Ruy Duarte de Carvalho, da felicidade e do poder ser feliz, muita Música da lusofonia e outras tantas palavras mais

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30 de setembro de 2024

Vou de férias, mas volto

Troco-me as voltas nas voltas que faço e reformado vou de férias que isto de ver sempre as mesmas ruas, subir as mesmas colinas e ver sempre as mesmas árvores tem que nem posso

Sanzalando

24 de setembro de 2024

que razão

Talvez tenha sido na hora errada ou eu estava erradamente a pensar num errado futuro. Quando nos conhecemos me desligaste completamente. Não foi indiferente, foi mesmo clara e abertamente que viraste a cara para o lado. Era a minha hora errada. Talvez um dia, numa hora qualquer desta ou outra vida, num café ou num lugar qualquer, desimporta-me, nos cruzemos, nos olhemos e dirás que foi bom não nos termos conhecido naquele dia, naquela hora e naquele lugar.
Passou o tempo e a razão onde andará?

Sanzalando

23 de setembro de 2024

descrito ou não escrito apenamente pensado

A vida de outro alguém me é indiferente se não se cruzar na minha. Não sei mais nada do que os meus olhos me possam dizer. A intensão de saber mais nem me passa pela cabeça. Quantos são os que mostram uma paisagem e escondem uma realidade fria e cinzenta? Não falo dos sem abrigo nem de quem passa por fases menos boas da vida. Falo mesmo daqueles que uma vez eu conheci e que agora desconheço completamente. 
Uns desapareceram na vida como assim por artes de magia, outros por razões conhecidas e alguns por pesadelos e insónias. 
Da mesma forma que não discuto assuntos que tenham a haver com a fé, paixão ou coisa similar, não cientifica nem palpável, tem gente que é mesmo melhor a gente não ter conhecido.


Sanzalando

19 de setembro de 2024

Queria

Queria deixar de me sentir de mãos e pés atados quando não estás.
Queria deixar de ser pó que sujam paredes, grandes e pequenas.
Quem me dera saber tudo o que aconteceu nos últimos cem anos e ver todo o anterior mundo e imaginar saber como é que eles viveram sem o saber destes últimos.


Sanzalando