Despi-me de corpo e alma e desatei a sonhar-me. Não sei se fui longe ou se fiquei por mim, deitado no meu canto, aparvalhado de espanto e por enquanto nada fiz. Se eu fosse poeta desenhava corpos nus nas palavras sentidas, escritas com alma e transparentes. Mas tosco sou e esculpo arestas cortantes nas frases pintadas nas folhas amarelas do tempo.
Desistir-me nunca. Despir-me em transparências e caminhar em intransigências são vícios acrescidos numa vida livre, sem hospícios e outras dores mal doridas.
Vou-me embora das palavras que escrevi, são livres para irem onde lhes apetecer. Deixo-as que já não são minhas.
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