Quantas vezes o meu mundo desabou que nem tremor de terra seguido de marmoto? Cada cirurgia mal sucedida, cada tratamento sem resultado, cada vida perdida e eu morria um pedaço.
- Mas vocês estão preparados para isso! tantas vezes ouvi esta barbaridade. Como é possível alguém estar preparado para o desaire?
Não. Gastei o meu jogo de cintura, desconseguia aguentar o peso de tanto desleixo e de tanta falta de responsabilidade. Não gostei de ver o que tanto me havia custado conseguir ir ladeira abaixo como carrinho de rolamentos, inércia apenas. Tudo à minha volta muda. Eu não mudo. Aceito tudo o que sempre aceitei. À minha volta tudo estava diferente e eu não conseguia ver desabar o monumento e permanecer de braços cruzados. Protestei. Contestei. Perdi e saí. Fechei todas as portas, perdi o fio condutor, segui outros rumos e não me peçam para levantar de novo a bandeira que carreguei tantos anos e que deixaram estragar.
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