Perdido em letras, silabas e frases, parágrafos e capítulos, textos e prosas, vagabundei esquecimentos e desvontades, sendo que a minha maior mágoa era não ter escrito um texto que merecesse ser guardado como referência. Nem que fosse um texto como mau, uma coisa qualquer num qualquer papel amassado atirado numa cacimba e afundado até aos confins do mundo.
Deixei passar datas, títulos e ocasiões, deixei de dançar no baile da imaginação, de rolar descida abaixo nos rolamentos da infância crescida, de rir só porque sim e soletrar pronuncias doutras brincadeiras, sendo que a minha maior mágoa foi não ter escrito nunca um texto na memória futura.
Brinquei em roupas de cores garridas, milflores e bocas de sino e não me lembrei de contar estorinhas de soletrar nas noites caladas das quentes noites tropicais nem escrever um texto a dizer-me que sim.
Esqueci-me de me lembrar de gastar umas palavras de vez em quando neste bairro que um dia eu cresci com ele.
Esqueci porque me lembrei de ti num constante lembrar, sem ter um texto para te ler em qualquer hora do dia.
Sanzalando
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