Chega neste tempo e eu digo vou embora. Vou deixar as palavras descansarem. Com as frases farei o mesmo. Com as ideias nem se fala. Vou-me dar férias.
Mas depois eu viro guerra, maka de faca e facão, atiro a porta contra mim e me grito num acordar toda a rua.
Vem um momento bom e lá estou eu agarrado à caneta, à sebenta vermelha e a gastar palavras como se elas não me fossem fazer falta um dia.
Quantas vezes eu pensei nas palavras de que me desfiz?
Eu acredito na palavra mesmo que ela me seja um fracasso, em enrolar de dia a dia, um desajuste ou uma vaga lembrança e depois lá volto eu ao gasto desnecessário das palavras.
Nova guerra se abrirá um dia no campo de sempre o mesmo e lá eu páro com as silabas e ditongos, solilóquios e monólogos de uma só voz contra a parede do silêncio.
Até lá que me aturem, quem assim entender.
Sanzalando
Sem comentários:
Enviar um comentário