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10 de novembro de 2015

Uma estória de sofá que não escrevi

Me sentei no sofá e meditei.
Assim num mais sem menos me lembrei que faz tempo te convidei para um cinema. Somos assim uns amigos que de vez em quando falamos coisas horríveis e tudo dá errado. Mas é só porque a gente se conhece faz de cor e salteado.
Na verdade cada vez que a gente tenta ser mais que isso de verdadeiros amigos sai confusão da grossa que até vira um campo de batalha de feridos e mortos e alguns a se salvarem.
Mas lá fomos ao cinema. Sem pipocas e outras modernices de ver cinema.
Respiramos tranquilos e com vontade de nos sentarmos num sofá a ouvir uma musica ou quem sabe saborear um sono relaxante depois de um copo de vinho e dois dedos de conversa.
Não demos as mãos nem falámos de passados. Não nos beijamos nem choramos saudades.
Fui tudo tão diferente que até parece evoluímos para um patamar que não tem posse nem amos e senhores, nem suores nem outros dissabores.
Não, deixamos de ter um amor tipo yo-yo e passamos a ser mesmo amigos.
Meu nome Albertino e teu Josefa nasceram para isso, para não ter nada de orgânico, para ser um silêncio de paixão, uma alegria de companhia, um livro de devorar lentamente na compreensão.
Me sentei no sofá e meditei que faz tempo não escrevia uma estória de sofá.


Sanzalando

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