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8 de junho de 2016

Nostalgia feliz

Trocando por miúdos, tenho uma preguiça maior que o Everest.
Por mais mais miúdos ainda, eu por tudo e por nada seria capaz de escalar o Everest, percorrer o deserto a correr em dia de sol, nadar oceano dentro até chegar a outro ou sair saltando à corda feito criança de calções vestido.
Era no tempo em que eu sofria de nostalgia.
Não esta nostalgia, este sentimento nobre que me leva a ser feliz pelo tempo que eu recordo que vivi. Nostalgia mais não é que a capacidade de ser feliz olhando atrás, sem rancores e sem medos, sem tristezas nem lágrimas, mas contabilizando de futuro.
Na outra nostalgia, em que eu desesperadamente infeliz, recortada e cicatrizada de sofrimento a memória debitava lágrimas não abrindo mão da minha incapacidade de ser feliz.
Mas felizmente nunca escalei o Everest, nunca atravessei a correr o deserto nem nadei sem parar.
Apenas tenho uma preguiça tão grande que nem me apetece procurar num dicionário palavras para descrever esta nostalgia de estar feliz.


Sanzalando

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