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30 de abril de 2017
29 de abril de 2017
nasceu nostalgia
Olha só como está azul esse mar num vai e vem para areia. O sol se escondeu faz dias mas esse mar continua azul que nem o zulmarinho dos lados sules do mundo. Ondula sem ser calema e o marulhar parece é calma que transpira.
Isso me faz ver que há pessoas que entram e saem da vida que nem as ondas desse mar se espraiam na areia. Assim como aquela música que parece nunca mais existiu.
Mas mesmo assim o sol nasce, nem que seja no oficialmente, todos os dias e a lua nos seus quartos ou nova ou cheia lá continua todas as noites.
Queres ver nasceu nostalgia num dia cinza.
Sanzalando
28 de abril de 2017
tempo
Chove. Não chove.
Raio de tempo que faz tempo sem ter tempo para usar o tempo conforme me apetece.
Imagina querer sair de casa, correr ao sol até um lugar qualquer, controlar o impulso de ir ver o mar, sentar numa qualquer escada e olhar. Somente olhar. Consciência vazia e riso fácil. Assim só de olhar
Sanzalando
27 de abril de 2017
tatuagens que não minhas
Olha só como até o céu chora. Aqui num canto abrigado desse mar que me alimenta o espírito me deixo levar pelo tempo meteorológico enquanto gasto o tempo de vida.
Sanzalando
Quem disse era sol? Quem disse saudade é primavera e esperança? Pôpilas... assim até apetece não acordar.
Mas por agora aproveito este lusco fusco de dia sem sol para ler palavras escritas e livros ainda não lidos. Sentir sentidos não pensados por mim, viver vidas que não as minhas, fantasias que não as minhas. Aproveito para ver as tatuagens de almas que não as minhas.
Sanzalando
25 de abril de 2017
Faz sol, porém não por aqui
Faz sol, porém não por aqui.
Ali ou acolá faz sol. Não sou egoísta por isso pouco me importa onde ele está. Esteja e seja muito feliz. Na verdade eu não desisto. Eu sei que parece que vou dar a lado nenhum, mas por acaso, por difícil que possa parecer, eu vou acabar por encontrar o meu norte que pode ser a sul ou outro cardeal qualquer. Eu não perdi a capacidade de sonhar e isso me faz lá chegar, ao ponto de imaginação, ao lugar do repouso da alma, ao renovar do sorriso, aos braços que me abraçam. Eu sei que valho mais e por isso vale a pena continuar a tentar. Não desisto, não paro e não me fecho. Nem que eu seja a minha própria criação, nem que eu atinja o climax desimportante.
Faz sol, porém não por aqui.
Trago um cravo na lapela, uma bandeira na mão, na voz um grito de liberdade e no coração um desejo de esperança.
Trago orgulho no passado, esperança no presente e a certeza dum futuro de memórias.
Mesmo sem sol por aqui eu brindo ao sol que brilha num lugar qualquer
Sanzalando
23 de abril de 2017
Primaverou novamente
Primaverou novamente. Desventou-se e até deu para sorrir ao sol na areia de muitas cores. O marulhar me dava ritmo de pensar coisas de boa vida e afins, recortes de infância e adolescência, ruas de outrora com gentes de agora. Saltei de pensamento em pensamento como se tivesse uma borboleta dentro de mim. O carburador funcionava parecia um relógio de corda antiga. Não se ouvia o bater das válvulas. Electricamente eu pensava e sorria, ao mesmo tempo. Fabuloso.
Sim, eu sei. As minhas palavras não são poesia, são palavras soltas que rimam com alegria, com esperança, nostalgia e sonhos de criança. São as minhas palavras porque são escritas por mim.
Não ouço o batuque do coração, vivo-o, tão alegre quanto possa.
21 de abril de 2017
do que não gosto e gosto
Não gosto de vazio, de gente sem sorrisos, de pessoas carregadas de nada. Não gosto de frio, de falsos juízos, do silêncio de gente calada.
Afinal de contas de que gosto eu?
Eu gosto dos significados das palavras, do dom da palavra e do que ela sabe.
Eu gosto dum beijo, mais ainda se não é dado em segredo.
Eu gosto da minha estória, da minha maneira desajeitada de ser, do meu formato desformatado.
Eu gosto de ti.
Gosto dos meus amigos. Gosto de quem que me olha passado 20 anos e me chama pelo nome como se tivesse sido ontem o último aperto de mão dado, gosto de um abraço.
Gosto de ter vivido o que já vivi, de ter sonhado o que sonhei e de ter desejado o que consegui.
Afinal de contas também não gosto do vento que não me deixa ver direito o céu.
Eu gosto dos significados das palavras, do dom da palavra e do que ela sabe.
Eu gosto dum beijo, mais ainda se não é dado em segredo.
Eu gosto da minha estória, da minha maneira desajeitada de ser, do meu formato desformatado.
Eu gosto de ti.
Gosto dos meus amigos. Gosto de quem que me olha passado 20 anos e me chama pelo nome como se tivesse sido ontem o último aperto de mão dado, gosto de um abraço.
Gosto de ter vivido o que já vivi, de ter sonhado o que sonhei e de ter desejado o que consegui.
Afinal de contas também não gosto do vento que não me deixa ver direito o céu.
Sanzalando
15 de abril de 2017
14 de abril de 2017
distribuir sorrisos
Vou andar por aí a distribuir sorrisos como quem quer ver um mundo diferente. O zulmarinho riscado, ondulado, espraiando-se na areia com preguiça monótona e ritmada; o céu zulceleste com riscos e tufos brancos como um desenho abstrato; e eu a olhar para tudo e sorrir.
Não tenho essa na bagagem de que diversão é abafada pela saudade e não cabem no mesmo porão. A gente se diverte mesmo quando sente saudade. Pode não ser igual. Mas a gente sorri com o mesmo sorriso de quem anda de mão dada mesmo que haja espaço a separar ambas mãos.
Vou andar por aí a distribuir sorrisos mesmo com o peito cheio de saudade.
Sanzalando
11 de abril de 2017
rumo à proa do meu sul
Tantos anos a falar de zulmarinho. Tantos dias a deixar os meus olhos olharem para lá da linha recta que é curva, tantas calmas agarrei nas calemas da vida ao molhar os pés na água fria deste mar que nos une.
Agora, por imposição gostosa, tenho carta para andar nele a todo o vapor, porque à vela não me vou acreditar porque o vento me despenteia e apaga o lume dela.
Agora com ajuda dum tal de Mercator, compasso, régua e esquadro, somas, subtracções e outras desorientações eu sei que vou seguro dum ponto A a um ponto B até chegar ao meu ponto placenta.
Agora o zulmarinho pode ter ondas vagas ou ocupadas, com colete e jangadas, remos e croque, vertedouro, lais de guia ou voltas de fiel, eu vou poder seguir em frente, rumo à proa do meu sul.
Mas esta carta escrita, assinada e datada, só foi conseguida com muita ajuda de colegas que se tornaram amigos, de família que foi claque, de ajudas em todos os lugares onde eu podia fazer falta.
Tantos anos a sentir o zulmarinho dentro de mim e agora estou encartado para sobre ele reviver glórias e sonhos sonhados nas revistas e filmes de criança até ao presente.
Sanzalando
6 de abril de 2017
rascunho de mim
E se eu fizesse um rascunho de mim? Dava para ter vida? Assim programadinho, certo e direitinho.?Com o meu jeito para desenho de certeza que a vida tinha muito rasurado, auto-estradas de grafite, vincos perceptíveis na eternidade, marés vivas em mar chão feito num óleo. O melhor mesmo é por a marcha a ré, fazer o desconto do desvio e inclinar-me para a declinação, traçar a rota e ver a derrota numa carta dos serviços sem cadastro.
Mas assim num improviso tem-me sabido bem, com humor mal humorado, com erros e acertos, sorrisos sem fim e lágrimas choradas às escondidas ou às claras.
Vá lá. Se por acaso alguém encontrar o meu esboço por aí, faça o favor de devolver porque é falso de todo. Eu estou a ver o zulmarinho num segundo de sossego.
Sanzalando
1 de abril de 2017
Ponto final. Acabou
Ponto final. Acabou. Eu vou resistir. Eu vou superar. Não vou pensar mais nisso. Desqueço-me desde já. Não vou chorar nem gritar para aliviar a mágoa que isso possa ter-me causado. Vou seguir o meu caminho, mesmo já tendo dado tudo o que eu tinha para dar, guardando o que tenho para dar ainda. Nem sempre é, ou foi, como se espera, como se deseja. Eu fui o máximo? Fiz por isso. Mas acabou? Pois então, Tempo imaculado da nossa união, com altos e baixos, com alentos e desalentos, com carícias e gritos, gargalhadas e lágrimas. Acabou. Não vou nem chorar calado, nem bater as asas de raiva como bateria um beija-flôr quando se aproxima da sua flor. Me machuquei? Houve dias que sim. Mas acabou e é hora de continuar.
Acabaram-se 20 anos em Portimão, comecemos o 21.
É verdade. 1 de Abril de 1996 foi o dia oficial da minha chegada a Portimão.Sanzalando
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