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11 de abril de 2017

rumo à proa do meu sul

Tantos anos a falar de zulmarinho. Tantos dias a deixar os meus olhos olharem para lá da linha recta que é curva, tantas calmas agarrei nas calemas da vida ao molhar os pés na água fria deste mar que nos une.
Agora, por imposição gostosa, tenho carta para andar nele a todo o vapor, porque à vela não me vou acreditar porque o vento me despenteia e apaga o lume dela.
Agora com ajuda dum tal de Mercator, compasso, régua e esquadro, somas, subtracções e outras desorientações eu sei que vou seguro dum ponto A a um ponto B até chegar ao meu ponto placenta.
Agora o zulmarinho pode ter ondas vagas ou ocupadas, com colete e jangadas, remos e croque, vertedouro, lais de guia ou voltas de fiel, eu vou poder seguir em frente, rumo à proa do meu sul.
Mas esta carta escrita, assinada e datada, só foi conseguida com muita ajuda de colegas que se tornaram amigos, de família que foi claque, de ajudas em todos os lugares onde eu podia fazer falta.
Tantos anos a sentir o zulmarinho dentro de mim e agora estou encartado para sobre ele reviver glórias e sonhos sonhados nas revistas e filmes de criança até ao presente.


Sanzalando

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