Um instante, por favor, que acho que perdi a alma no vento que não sopra nas tardes da cidade sufocante. Sem alma vagueio perdido sem saida, me afogo no medo de ter olhos de morto que vê a vida a passar. Derivo nos rostos pálidos sem expressão, mãos vazias dum ilusionista e me suspendem os sonhos.
Um instante, por favor. Deixem-me recuperar, deixam voltar o vento que volatilizou a minha alma para um destino sem fim.
Um instante, por favor. Quero calçar-me porque não quero ser um morto pé descalço, sei da realidade, sei dos sonhos e sei do meu querer por isso sou sábio, pelo menos dos meus instantes, das minhas suposições, das minhas rendições e limitações.
Qualquer dia, quando tiver o meus olhos novos que verão novos horizontes, que moldarão novos sonhos e acariciarão outras águas da minha infância, não sei que palavras usarei para trascrever estes sussurros das noites tenebrosas do medo de não ter alma.
Um instante, por favor, que sinto a brisa que vem do mar e me trás novidades que não sei escutar.
Sofrido!!!
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