Dei comigo e estava com uma lágrima a me deslizar sobre a cara até ao ponto em que se tornou gota e se despediu de mim. Em vez dela me ter compreendido eu compreendi-a. Ambos tivemos as mesmas primaveras, porém as dela eram carregadas de mortos e feridos, da lágrimas choradas na vontade de as verter e as minhas, tirando uma ou outra nuvem de chuva mais carregada de tempestade, eram apenas primaveras. Eu sei que ela não tem primaveras, cacimbo, frio ou sol que por vezes é de escaldar. Mas tinha cheiro a pólvora em vez do perfume da terra molhada, mas tinha o som silvado das balas em vez da melodia dos pássaros que acordam alegres nas manhã.
Dei comigo e ela estava ali sentada, colorida, alegre no olhar e no sorriso inocente das palavras que adivinhei me ia dizer. Dei comigo triste por não ter vivido com ela os dias tristes do seu olhar.
Sei que ainda há mil luas pela frente, sei que somos pacientes e um dia em vez destas lágrimas estaremos lado a lado a gargalhar o passado que não tivemos.
Dei comigo e ela estava ali sentada, colorida, alegre no olhar e no sorriso inocente das palavras que adivinhei me ia dizer. Dei comigo triste por não ter vivido com ela os dias tristes do seu olhar.
Sei que ainda há mil luas pela frente, sei que somos pacientes e um dia em vez destas lágrimas estaremos lado a lado a gargalhar o passado que não tivemos.
Sanzalando
Estou a trabalhar na pesquisa para um documentário da Margarida Cardoso que reflecte sobre a história de Portugal e Angola desde os tempos da luta anti-fascista, dos movimentos de libertação até ao pós-Independência, através do retrato da geração de 60 que viveu intensamente este período. O filme pretende acima de tudo ser uma reflexão emocional e pessoal sobre um tempo de grandes e importantes mudanças Históricas.
ResponderEliminarSe tiver imagens de Angola dos anos 60/70 ou informações a partilhar connosco por favor faça-me saber.
cumprimentos, marta rodrigues
onde é que eu me perdi que não o encontrei antes,nestas palavras tão lindas que jorram sobre mim? que bom que me encontrei de frente com o que mais gosto. escrever. ler quem escreve lindo e com este encantamento todo que me faz acreditar que existe gente que ainda sente do mesmo jeito...
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