Às vezes cansado de verter palavras, de construir sonhos e emparelhar ideias, dou por mim descansado na sombra duma árvore a meditar, esquecendo que há quem ainda me queira ouvir, sorrir ou comigo pensar.
Às vezes digo-me que para deixar saudade me afasto, mas sempre com receio que exagere e que, pela ausência, deixe de fazer falta.
Às vezes dou comigo a sonhar porque o que mais é nosso é o sonho e a capacidade de o fazer.
Às vezes, cansado da ideia, me afasto mas continuo a sonhar.
Às vezes dou comigo a pensar que ela era o amor de muitos mas eu o amor da vida dela.
Às vezes tem vezes que não apetece verter palavras com as mesmas ideias nem os mesmos sonhos.
Tem vezes que são apenas às vezes.
Sanzalando