Hoje não há brisa. O tórrido sol queima a areia da praia que nem dá para a pisar a caminho do meu canto ounde gosto de me sentar a ouvir o marulhar das águas empurradas pelo sueste. Saltito como lagarto em deserto usando memórias de passado. Assobio para abafar os ais e uis que grito em forma de pensamento. Chego ao meu miradouro. Desperto a minha atenção para além dos horizontes visuais. Sussurro mantras como que a chamar memórias que possam estar escondidas nas camadas da vida vivida. Assopro poeiras, limpo velhas teias de aranha que mais não são que bichos imaginados em tempestuosos passados. Assim já limpo, já recomposto no presente, projecto os pensamentos e me dou comigo a fazer-me perguntas cujas resposta vou dando cândida e vagarosamente.
Um dia de verão, calor tórrido e memórias refrescadas. Mergulho o corpo na água gelada. Purifico-me em sorrisos, brilho dos olhos de criança que continuo a ser.
No céu há estrelas velhas e novas que logo à noite brilharão a minha escuridão
Sanzalando
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