O inverno chegou. Era esperado. Todos os anos no mesmo dia, hora mais ou menos a hora dele chega. Cada dia tem um apeadeiros de clima porém estação só tem uma. E estamos em dia de inverno. Época dele e estamos a protestar mais o quê? Casaco sobre camisola forte e ainda camiseta e ele está num foi-se que até tem dó dele não entranhar nos ossos de cada dia. Se ele aqui neste norte chegou é sinal que o Natal vem atrás dele. Ai tem gente vai esquecer muita coisa e vai ser festa de arromba que qualquer caloria nem aguenta. Depois se entra na dieta para recuperar os dias perdidos a comer coisas que fazem alargar o corpo porém a alma está que nem a mesma ou ainda pior. É a dieta do milagre. Come-se tudo o que aparece e depois espera-se o milagre de não pesar na balança. Mas mais enches a pança e mais contrabalança a solidariedade para a solitariedade de cada um se esconder no seu canto faz de conta é um recanto de defesa.
Vou dizer boas festas e vou esquecer a dor aqui e a dor acolá, o frio aqui e o desamparo de lá. Vou fazer festa porque é Natal e não importa eu tenha espírito natalício ou apenas seja natalino mês de dezembro.
Vou esquecer aquele olhar feroz e vou por um riso de paisagem faz de conta está tudo bem. Vou comprar meias e mais umas quantas coisas que até seja considerado um gajo porreiro e vou sorrindo num mundo que chora.
É inverno e cinzenta-se o tempo que o dia é curto e ouvir o silêncio da noite não é para todos. Tem muitos que ouvem apenas o ruído da barriga parece é relógio de dar horas, que o choro é calado e as lágrimas secaram faz tempo.
É inverno no lado de cá. Faz verão no lado de lá. Vagamente.
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