1 de maio de 2025

1º de Maio

Hoje, celebro mais do que um feriado. O 1º de Maio representa para mim a força de quem acorda cedo, enfrenta desafios e constrói o seu caminho com dignidade. É dia de lembrar que cada conquista dos trabalhadores foi fruto de luta, união e resistência.
Neste dia, paro para valorizar o meu esforço, os colegas que caminham comigo e todos que, com coragem, fazem o mundo girar.
Hoje, pela segunda, vez comemoro olhando do lado de fora: aposentado. 
Ao usar esta expressão, esta função evolutiva da minha actividade laboral, não quero dizer que cruzei os braços e que sou assistente. Hoje, tal como no passado faço parte dos seres que pensam, dos que têm opinião, dos que evoluem e querem continuar a sua evolução, independentemente das suas capacidades físicas estarem diferentes, mas a sabedoria dos mais velhos é uma mais valia. 
E esta mais valia faz-me levar a outra mais valia, o de estarem calados aqueles que se esquecem que nada fizeram, nada pensaram e hoje mais valia que não escrevessem, não mendigassem, não chorassem, aquilo que eu penso são lágrimas de crocodilo. Sentados na poltrona do que lhes foi dado de bandeja, tentam mostrar o quanto sofrem por não terem as benesses de padrinhos, tios americanos ou lotarias de fonte duvidosa.
Hoje, manifesto-me pelo direito ao trabalho digno, à dignidade do retorno económico, à qualidade e ao respeito de ser trabalhador por conta de outrem.
1º de Maio e Liberdade!
Hoje posso dar-me ao luxo de sentar num campo, num cantinho europeu, comer bolo do tacho, olhar para caracóis, que não gosto como acepipe, e dizer que sou livre para festejar uma vida de trabalho, com os seus altos e baixos, com as suas curvas e contracurvas, com gente séria e gente que deu férias à seriedade, abraçar amigos e continuar a lutar para os que hoje ainda labutam, tenham melhores condições, mais dignidade e mais liberdade.


Sanzalando

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