- Bom dia!
- Só se for para ti...
- Ena pá, que isto hoje está azedo... porque róis as unhas?
- Só perguntas, só perguntas... está para aqui uma pessoa a divagar no silêncio das coisas materiais, na dor da solidão, na lágrima da desilusão e no desespero da irritabilidade e caiem perguntas vindas dum nada qualquer...
- Acalma-te, companheiro de lutas e descansos.
- Qual quê... a rigidez dos meus flácidos músculos já não permitem que eu esteja calmo a ver o tempo voar. Começo a sentir a falta de tempo...
- Tás pessimista... bebe água que isso passa...
- Louco... e pensava que o louco era eu. Ouves o mar? Está em silêncio! Sentes a maresia? Não há nenhum odor no ar. Sinto a fragilidade do meu retiro a fraquejar na ferrugem do tempo. Queres que eu tenha calma?
- Tás entre a neve e a noite escura...
- ... quando queria estar refrescado na tina do calor tropical. Não, não me dês música hoje. Hoje nem o silêncio me é suportável. Nem a minha companhia me é desejável. Deixa-me mergulhar de cabeça no abismo da minha existência e eu encontrarei um ramo onde me agarrar enquanto tiver forças. Mas hoje deixa-me...
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