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11 de julho de 2010

Diálogos duma só voz (XXIV)

- Sentado nos sentidos apurados de quem absorve a vida através do pensamento. Quadro lindo para toda esta luz.
- Olá. Vens poético interromper o meu navegar no sentido lato das coisas simples que teimo em complicar.
- Pelos vistos hoje estás conversável...
- Hoje escancarei o olhar para lá do que a vista alcança e deixei o meu corpo sintético sair deste esquelético suporte e viajar suavemente pelos nomes dos amigos e assim fazer um trilho que percorro sem me cansar.
- Tens quase o mundo para percorrer...
- ... com agrado o faço. Mesmo quando não lhes vejo, lhes ouço ou lhes toco, eles sabem que eu estou ali ao lado, num virar de cabeça simples.
- Pelo que vejo hoje tens saudades dos amigos.
- Sempre. Preciso deles mesmo quando não estão aqui ao meu lado e estás tu feito arara falante sobre o meu ombro.
- Para mi tu és indiscritível, imperceptível, impernunciável e um grande chato.
- Mas não me largas e até queres ouvir os meus pensamentos, entrar nos meus sonhos e navegar para lá do meu corpo.
- Por acaso até tenho perguntas para te fazer. Um dia fá-la-ei...
- ... e terás o silêncio como resposta ou eu terei a paciência de te responder?
- Deixa que o tempo tenha tempo de decidir...

Sanzalando

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