Sentado por aí fingindo que ouço o marulhar disfarçado de choros e gritos calados de dor. Indiferente passo, ar altivo e finjo que estou na minha praia a olhar o azul mar que se estende até lá. Ninguém repara que as minhas lágrimas escorrem pela face, que a minha voz austera e certeira é uma voz tremulamente disfarçada em voz de gente dura. Faço o que sei, são horas já de esforço e o sorriso de gente serena está gravado na cara como se fosse uma tatuagem.
Os olhos tremem, as mãos estão certas nos movimentos delicados, a voz rouca faz de conta é do ar condicionado. As decisões são ao segundo. Hesitações são inexistentes. Aparentemente.
Que saudades eu tenho de ver o mar...
Sanzalando
De vez em quando tenho o mar nas minhas mãos desastradas, mas lhe deixo escorrer por entre os dedos e chegar na terra salgando-a e misturando-se no sal das lágimas que choro na tristeza. Na próxima vez, vou lembrar a sua saudade, vou fazer concha das mãos, e lhe guardo mar...
ResponderEliminarBeijos