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7 de agosto de 2010

51 - Estórias no Sofá - três na vida de dois

Era assim como que uma vez um homem que se tornou vendedor de tecidos, daqueles que vinham da Europa e eram fabricados na Ásia e seus arredores, que o mundo é redondo eu eu não posso dizer que eram tecidos dos quatro cantos do mundo, estava casado pela terceira vez com uma linda mias linda mulher.
Com a primeira viveu doze anos de intensa felicidade, uma delícia de vida se é que se pode saborear assim a vida. Com a segunda foram 18 anos de divina vida de paz e amor.
Mas na verdade nada se comparava com a beleza desta terceira mulher. Ele já cansado de tanto trabalhar, não havia dia que não vendesse um metro dos tecidos mais lindos que toda a terra podia ter tecido.
Não, no primeiro dia do ano era sagrado que nem a porta se entreabria. Era o único. Todos os outros podia ser dia de vender. Mas eu falava que ele já cansado olhava intensamente para tanta beleza. As forças faltavam mas o olhar se mantinha assim como desde que se lembra. Não se cansava de olhar para a sua terceira mulher. Mas cada dia ele a via cada vez mais triste. Um dia lhe perguntou:
- Maria, tu sabes que te amo, porém ver-te triste faz-me lembrar que a tua juventude está a murchar. Nada do que eu faça ou te diga te dá alegria. Diz-me só mesmo o que é que tu desejas e tudo o que eu puder te satisfarei?
- Tudo, mesmo assim com as consoantes e vogais?
- Sabes que nunca te menti e não vai ser hoje o primeiro dia.
- Coração, tu me levas o coração, mas os meus sentimentos mais quentes de intimidade têm ardores insaciáveis, para não dizer que são fogos terríveis, difíceis de apagar.
- Precisas dum bombeiro que eu já não consigo nem atear fogos, quanto mais apagá-los?
- Sabes que só te amo a ti, mas se tiver que haver um outro bombeiro, eu prefiro escolher...
- Aponta-mo que eu lhe vou convidar e contar o nosso dilema antes que se faça tragédia.
- O vizinho, coração, esse que me segue em cada olhar...
E lá foi o homem dos panos e tecidos fabricados em toda a circunferência do mundo, falar com o seu vizinho
- Jovem, ao que sei andas a galar a vizinha dos panos...
- E quem o não faria a tanta beleza?
E lá o homem dos tecidos e panos contou as tristezas da mulher e a sua velhice que apenas não afectava a vista.
- Vem comigo, jovem, e que a vida siga o seu destino. disse o velho com a voz sumida.
em casa, feitas as apresentações, o homem dos panos e tecidos se preparava para deixar os jovens sozinhos quando a sua linda e jovem esposa lhe disparou:
- Coração, me deixas aqui em casa com um desconhecido? Todos os meus prazeres têm de ser teus também, adorado esposo. Fica.
O que se passou naquela casa eu não sei que eu não fui convidado para ver e ninguém me quis contar. Apenasmente sei que todas as semanas o jovem vizinho entrada ao entardecer e saia madrugada alta da casa do homem dos panos e tecidos fabricados em parte toda do mundo.
E foi aqui que me lembrei que o Nietzsche disse que em último caso amamos o desejo e não aquilo que desejamos.

Sanzalando

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