- Onde andas?
- Por aí. Perdido algures entre o mim e o eu.
- Deixas-nos preocupados. A tua falta é sentida...
- ... mas se habituam.
- Que te acontece quando não apareces?
- Também sinto saudades, angustia e muito pavor por vezes.
- Pavor?
- É. Olho-vos, vejo-vos, sinto-vos e não me sai uma palavra para vos dizer. Tremo. Choro por dentro e as palavras continuam invisiveis na minha cabeça.
- Mas ao menos diz olá.
- E quando voltas?
- Um dia destes, como sempre. Normalmente quando me passa o medo do silÊncio.
Sanzalando