O silêncio é o meu choro calado num degrau da vida. Quase diria que estou na fase do silêncio, na fase chorada de mim. Já sei, aqui é inverno e o teu calor não me afaga e para lá da linha que nos separa existe também o medo calado de ter uma aventura que me afaste da realidade.
Hoje me apetece chorar. Hoje faço silêncio como se tu fosses a minha amada desaparecida nas rugas do meu tempo. Os meus olhos humedecidos escondem a humidade temporal que nos separa, a verdade que nos destroi a ausência que nos apaga.
Hoje me apetece fazer silêncio sobre o tempo que perdi ao mesmo tempo que rego a esperança com as lágrimas que não verti.
Afinal de contas o meu silêncio é o meu choro de um dia de outros tantos, uma miragem na paragem das minhas lembranças. O meu silêncio, travestido de lágrima, te eleva ao céu na exacta proporção de te ter como diva.
Um dia, já sem os olhos cheios de lágrimas, já sem a vista enublada de amor, olhar-te-ei e te direi baixinho: foi tanto o tempo que perdemos.
Sanzalando
Tão belo que calou fundo...
ResponderEliminarPena que eu tenha quebrado esse silêncio com estas palavras, poeta, porém não fui capaz de ficar silenciosamente emocionada com a beleza desse texto.
Parabéns, como sempre. Mais que sempre...
Kandandu
É lindo Jotacê.
ResponderEliminarAbraço!!
obrigado
ResponderEliminarGostei da fase chorada!!! :-)
ResponderEliminarSJB