Passeio na areia escaldante, dizendo ais e uis e blasfemando pelo facto de me ter aventurado nesta areia. Não há necessidade de sofrer assim para recordar o passado em que pé ante pé, ai e uis silênciosos, procurava sombrinhas côr de laranja ou biquinis azuis, fugia do pica pica ou procurava alguma mancha vermelha de tanto sol em tão pouco tempo vindo dum planalto perto de mim.
Mas foi o que me deu e aqui estou eu blasfemando pensamentos retrogados enquanto me passeio num tempo intemporal. Na verdade não sou de me iludir nem de esperar mundos e fundos e antes um aperto de mão circunstancial que dois beijos faciais de traição dados com a intensidade da mentira. Afinal mesmo estou para aqui a me bronzear em imagens de passado, em memórias vivas amarelecidas pelo tempo, sem puxar o saco de ninguém, sem conveniências e sem me rir a bandeiras pregadas na desgraça da solidão. Estou aqui, saltitando na areia escladada duns sonhos sonhados em olhos bem abertos, procurando nas minhas memórias a juventude que se vai evaporando na quentura dos tempos que passam.
Estou por aqui a tentar não ser um livro que pela capa é desprezado, pelo conteúdo é massador, pelo enredo enfadonho e pelo peso é ilegível.
Sanzalando
Jota, tu agora já não és um livro, mas sim um e-book.
ResponderEliminarSJB