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16 de agosto de 2011

na areia

Rebolo na areia. 
Fazia tanto tempo eu não brincava parecia ainda era o puto tímido de outras eras, calção gasto de tanto sentar nos muros dos vizinhos em longas conversas de quase nada sobre tudo, calçado nos meus nonkakos feitos num pneu que deve ter calcorreado ruas sem fim.
Mas hoje eu rebolei na areia como nesses tempos em que tudo era tão forte, tão profundo, tão bonito que acho eu ainda não conhecia se quer a palavra feio. Eu brinco com os grãos de areia que se colaram no corpo como se cada grão fosses tu, o teu cheiro, o teu perfume, o teu odor.
Eu hoje rebolei na areia e acho não precisava doer assim tanto ter recordações.
Eu sei, é lindo ter memória, recordar vidas que me passaram. Mas dói uma dor cujo remédio só podes ser tu e por isso ainda não tenho cura. Mas um dia eu vou ter.



Sanzalando

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