Olha o mar empurrado pelo vento, fazendo cordeirinhos pastando nele, marulhando sem ondas de meter medo. Olha o mar ou me olha a olhar o mar. Sabes, coração, eu não sei viver tristeza sem nome, decepção sem remetente, vingança sem cedilha. Nem rápido nem devagar. A vida tem o ritmo dela e eu me deixo ir assim num vai assim que vais bem. Sabes amor, às vezes eu tenho defeito, tenho génio ou mau feitio. É a vida, me dizem. Sabes eu já fui feio. Me dizem os amigos.
Mas contigo, a olhar o mar ou a olhar-te, coração, eu vou saboreando as pequenas doses de felicidade que vão chovendo no meu dia a dia.
Mas sabes, amor, nada disso me agita ou me amedronta, nada disso me faz ser deus ou demónio, doido ou sério, abstracto ou real.
Olha o mar e me gosta assim tal qual eu sou que nem eu.
Sanzalando
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