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6 de janeiro de 2016

atónito num aqui

Não foi na saída deste Loi Bazar que me disseram assim numa senhora voz de quem tinha mais que a minha idade: dá cá o dinheiro. Assim sem mais nem tirar. Eu explico desde o início. Fui às compras e comprei o que tinha mesmo que comprar. Nem mais uma coisa inútil nem menos uma outra coisa util que até fazia falta. Foi mesmo só comprar o que era para comprar. Até tinha sapatos e o meu ar altivo que sempre me apresentei. Pára um carro assim prateado ao meu lado, quando me preparava para arrumar as compras no banco de trás. Sai um homem, nem roto nem mal perfumado, do lugar do outro que não conduz e diz: dá cá o dinheiro. Atónito meti a mão ao bolso, tirei a carteira, retirei parte do dinheiro, veio uma nota a mais da que eu pegava, dei. Ele prontamente e sem mais um menor piscar de olhos. Dá mais. Respondi: não tenho mais. Não tremi. Não excitei. Não era eu quem respondia.
Meteu-se no carro, no chamado lugar do morto, e arrancaram. Ele meteu-se no lugar do morto mas quem estava morto era afinal eu. Assim. Nem respondi, nem sinal de outra reacção, atónito fiquei como que morto de sem saber mesmo porquê.
Não foi no Loi Bazar, uma rua que é um verdadeiro centro comercial, onde pessoas, riquexós, vacas, macacos se misturam numa diferenca de cores e cheiros, num pais onde eu sou diferente e vou com dinheiro de férias. Foi mesmo em 2016, aqui à beira da porta, ao virar da esquina. Aqui onde costumo andar sem medos como sem medos ando por onde vou.


Sanzalando

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