E a vida tem destas coisas. Viajamos e fotografamos. Guardamos, antes em álbuns que se arrumam numa estante e num instante passam ao lado do tempo e, agora em pastas arrumadas de discos rígidos como num para mais tarde recordar e o esquecimento lhe cobre numa sombra sem alarmes. Vá lá, o gajo, que sou eu, se lembrou de retirar fotos dessa viagem e ir mostrando ao mesmo tempo que escreve umas palavras silenciosas para ele mais tarde recordar.
Aqui estou eu sentado de frente para o Yamuna, rio que é rio é sagrado, que me dizem há dez anos era cristalino, agora é negro da cor da noite sem lua. Na verdade nunca me foi possível ver estrelas no céu da India. Eu Vi a lua mas estrelas... nem uma consegue brilhar sobre o pó que nos sobrevoa a cada instante.
Mas eu estava no rio e rio sagrado não é para fugir em devaneios de luares e estrelados.
Mas eu me sentei e esperei um barco movido a pau que enterra no leito e empurra. É tradicional e faz parte da vida dum indiano passear no rio com a família. Eu fiz isso. Família é que está ali e ali estavam milhares de minha família.
Passeei no rio e despido de preconceitos e ideia já feitas, sem saber como e porque eram feitos, fiz parte de mim, numa lógica de que Vrindavan não é um ponto geográfico mas um estado de consciência.
Sanzalando
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