Um dia, de chuva, acordo e penso que passou um ano cheio de coisas, boas, más e outras não qualificáveis neste parâmetro. Acordo e fico cansado ao dizer que o ano passado, que foi ontem, correu sobre mim.
Cansado da cidade, das luzes, dos barulhos. Cansado de não saber qual o destino do futuro desenhado num papel invisível desta peça chamada vida. Cansado de não saber onde é o ponto final e o caminho a percorrer até lá. Cansado de saber coisas inúteis e de desconhecer tantos pontos uteis. Um ano de impostos, cálculos e tempo perdido em erros cansa.
Cansado de não saber porque estou cansado.
A meio de quase nada parti em viagem. Areia e pó me esperavam. Gente em fila caminhando em todas as direcções porque elas vão dar ao caminho, não importa qual. Gente sorrindo e acenando com a cabeça. Sem avenidas ou alamedas, sem jardins nem luxos porém montes de lixo em ilhas contornáveis pelos pés descalços calejados á última da hora.
Assim, cansado parei e repensei até ver que não valia a pena estar cansado. Terei tempo depois de morrer.
Caminho sorrindo sem vontade de desdizer-me as lágrimas que alguns dias chorei em vão.
Caminho directo ao frenesim mantrando
Sanzalando
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