O sol de verão já não era o quente sol de dias atrás. A areia da praia onde o zulmarinho termina já não tinha o brilho de semanas atrás. O zulmarinho continuava nuns tons verdes como era todo o tempo passado até nos dias de hoje, e se prolongava para lá da linha recta que é curva, começando na miragem duma praia cheia de gente e toldo azul. Hoje devia ter acordado cor de cacimbo lá no seu início, enquanto aqui no seu fim acordou desbrilhado de reflexos frouxos.
Mas tu caminhas ao meu lado, sorriso largo por vezes matreiro que não da para adivinhar o que esconde. Só dá mesmo vontade de te fazer feliz para manter esse sorriso enigmático à minha vista.
Não sopra brisa transformada em vento nem me despenteia suavamente o cabelo ralado pelo tempo. O marulhar é suave como suave deve estar lá no vazio inicio dele.
Gargalhaste porque te lembraste de qualquer coisa.
Já sei, te lembraste de Bauleth, do Rui Monteiro da Costa, do Matela, do Travassos ou do Leopoldo, os guardas redes que te lembras dos jogos da bola do velho campo junto da estação dos comboios.
Não, não pode ser porque nesse tempo não eras nascida e não nasceste lá, onde o zulmarinho começa e me trás estes segredos.
Já sei, te lembraste da minha saudade de me levar aos lugares comuns onde um dia eu esfolei joelhos, parti a cabeça ou perdi o coração.
ps: me esqueci de meter o Bitacaia ali no meio. Logo ele parecia era de plástico
Sanzalando
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