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19 de dezembro de 2017

a minha estória de natal

É estória de Natal. Não vou comprar presente. Nem um. 
Não conheço Jesus, esse que nasceu no dia 25. Só mesmo de ouvir falar dele. Se eu lhe conhecesse eu lhe dava um presente. Vários até. Lhe dava discos da Marisol, filmes do Josélito, albuns do Ádamo ou do Art Sullivan, Rita Pavone ou Giani Morandi ou se calhar de Jacques Brell. Ou então podia ser mesmo só os cartazes do cinema. Acho de Jesus ia gostar. Imagina ele sentado no balcão do Cinema do Eurico. Judeu loiro e olhos azuis, feito super star a cantar um dueto com Aznavor. Oh, ia ainda lá no fundo uma de Piaf. 
É só estória de Natal que vem na memória o filme do Ben Hur.
A neve que cai nos presépios mesmo dos trópicos. 
É na estória de Natal que a gente vê a quantidade de gente que passou ao longo do nosso ano e que se perderam no tempo e com dificuldade a gente se lembra até do nome. 
Cumpri o meu dever e contei uma história de Natal que escrevi como estória da minha memória dos carros de plástico feito e que eram até perfeitos que a gente nem lembra mais a marca.
É uma estória de Natal que a gente faz falar bem, mesmo sabendo que amigos teve que não passam o natal porque se foram antes para incertas partes da vida.
É uma estória de Natal que até tem uma árvore que safadamente me pisca como que a querer que eu lhe sorria.



Sanzalando

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