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12 de dezembro de 2017

faceboquiaberto

Chove que nem amostra clínica de dilúvio. Pouco. Eu, que não sou dado como tolo fico na janela a olhar as micro-gotas que caiem vindas lá do céu, ou um bocado mais abaixo. 
Medito, quando me devia era deitar. Mas deu-me para aqui. Cleópatra, pensei eu. É que ambos temos perfil. Ela célebre pelo nariz e eu conhecido por meia dúzia no tal de facebook. Enfim, faceboquei-me. Eu escrevo post, espero um like, pelo menos um, aguardo comentários, pelo menos um. Às vezes gostava de ser partilhado. Olha, instagrei-me numa foto, twittei-me numa frase. Espero tantos likes. Espero o meu clube de fãs. Espero miles gostos. Bonequinhos. Correntes. Eu sou um faceboquiano.
Não existe nada mais prejudicial para o meu facebook, para o meu ego, do que eu não escrever nada da minha luta interna, do tempo que dedico à harmonia das palavras.
Faceboqueei-me por completo. São as notícias, são as verdades infaliveis e os prognósticos de tantos sábios. Eu não tenho tempo para me cultivar. Acho vou por coisas de lado para me faceboquear ainda mais.
Afinal de contas meditei e não me deitei.


Sanzalando

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