A rua tem um nome. A avenida tem um nome. Eu mesmo tenho um nome. Que raio de nome terá a minha saudade? A minha cidade, que tem nome e não me apetece agora dizer, tem perdido gente, ficando cada vez mais pequena, pois os que nascem não sabem o nome da cidade.
A minha cidade, quadriculado pensamento, qualquer dia deixará de ser a minha cidade e será apenas uma estória que eu vivi.
Como se chama a minha saudade? Ela é especial, pelo menos para mim. Ela não é feita de silêncios nem de tons pastel. Ela é garrida, barulhenta em festa. A minha saudade tem murmúrios, tem gargalhadas e música num rádio portátil, tem bandeiras mesmo que não estejam hasteadas ao vento.
A minha cidade tem perdido gente e a minha saudade tem aumentado.
Como se chama a minha saudade?
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