Novo ano e muitas promessas depois eis-me aqui sentado de caneta feito teclado e escrita gatafunhada desenhada em caracteres de imprensa. Sussurrei promessas, outras as fiz em voz alta e bem audível. Umas fiz interiormente, outras em público. É este o carácter do ano novo.
Prometo solenemente não esquecer o que me permitiste saber sobre ti. Contei-te os meus medos, falei-te das minhas estórias, as que sei de cor e na ponta da língua, bem como as que tenho de me socorrer dum ou outro apontamento porque me perdi na distância do tempo. Sei de ti e tu sabes de mim. Não competimos porque o saber não é corrida nem leituras secundárias de entrelinhas. Não sei prever os teus passos e as tuas palavras, mas sei o sentido com que as dizes e o caminho que traças. Sei que sabes onde vou e entender-me-ás se te disser que quero ficar num ali qualquer.
Entendemo-nos neste dialecto que é nosso, nesta língua de silêncios e meias palavras onde a gramática está repleta de regras apagadas. Sei apenas que cada palavra que sair da minha boca é uma palavra tua. E vice versa.
Ano novo vida velha porque cada dia é dia 31 de dezembro do ano da graça que quisermos.
Sanzalando
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