O sol ainda não tinha acordado completamente por detrás das serras quando pus os pés na borda da Tundavala. O vento ali sopra diferente, muito diferente do vento do deserto, não como uma brisa carregado de alfinetes de areia, mas como um sussurro antigo, trazendo histórias do abismo, contos e estórias de mais tempo que o tempo que tenho..
A paisagem abriu-se diante de mim como uma pintura viva: a falésia rasgava a terra num corte profundo, e o mundo se estendia em silêncio até onde a vista cansava. Por um momento, juro que foi um instante, eu ouvi a serra a se rasgar e senti que podia cair, não de medo, mas de admiração e espanto. Acho o tempo parou para me deixar olhar.
Fechei os olhos. Ouvi os gritos das aves, o murmúrio das folhas, e talvez, quem sabe, um eco distante da minha própria alma, respondendo à chamada da imensidão que os meus olhos mentais imaginaram..
Voltei dali diferente. A Tundavala não é só um lugar, é o meu espelho do infinito.
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