Se eu falei da aula de Medicina
Legal, do Professor Pinto da Costa, já de currículo feito, me lembrei que
também falei com um professor que estava a começar a sua carreia. Acho ele
tinha regressado do estrangeiro e era o primeiro ano dele.
Eu era um jovem aluno de
medicina, cheio de curiosidade e receios, quando o Professor Sobrinho Simões, o
filho, que não tinha a voz do pai, mas tinha uma simpatia que até fazia
descontrair, dava os primeiros passos na sua carreira de professor. Recordo-me
bem daquele entusiasmo contagiante que ele trazia para cada aula. Tinha o olhar
atento de quem queria não apenas ensinar, mas também aprender connosco.
Numa época em que a medicina
ainda não se transformava rapidamente, ele já mostrava uma dedicação exemplar
ao estudo e ao rigor científico, mas também uma proximidade humana que nos
fazia sentir parte de algo importante. Para nós, alunos, era inspirador ver
alguém tão jovem e ao mesmo tempo tão determinado a abrir caminho no ensino e
na investigação. A vida dele parecia estar dentro de um microscópio porque
sempre o vi ao lado ou a espreitar num.
Ao longo do tempo, fui percebendo
que a paixão pelo conhecimento e o compromisso com os doentes que ele
transmitia seriam exemplos que ficariam comigo. Hoje, ao recordar esses
primeiros anos, sinto gratidão por ter testemunhado o início de uma carreira que
haveria de marcar gerações. E o Professor Maia, sim, aquele que não teve tempo
para tirar a carta de condução porque ia perder tempo de estudo? Ele sabia isso
e mais aquilo que eu nunca tinha nem imaginado. Não posso fazer aqui uma lista
porque ia ser só elogios e alguns até que podiam falhar porque simplesmente
esqueci.
E como é que está a vida nocturna
agora? Naquele meu tempo não tinha. Tirando a Japonesa que nas noites de calor
nos dava música até quase de madrugada eu desconhecia mais coisas. Também a
guita não dava para essas coisas que há agora, se é que havia naquele tempo.
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