1 de julho de 2025

Cheguei ao Porto 14.... que não sei se acabou

Se eu falei da aula de Medicina Legal, do Professor Pinto da Costa, já de currículo feito, me lembrei que também falei com um professor que estava a começar a sua carreia. Acho ele tinha regressado do estrangeiro e era o primeiro ano dele.

Eu era um jovem aluno de medicina, cheio de curiosidade e receios, quando o Professor Sobrinho Simões, o filho, que não tinha a voz do pai, mas tinha uma simpatia que até fazia descontrair, dava os primeiros passos na sua carreira de professor. Recordo-me bem daquele entusiasmo contagiante que ele trazia para cada aula. Tinha o olhar atento de quem queria não apenas ensinar, mas também aprender connosco.

Numa época em que a medicina ainda não se transformava rapidamente, ele já mostrava uma dedicação exemplar ao estudo e ao rigor científico, mas também uma proximidade humana que nos fazia sentir parte de algo importante. Para nós, alunos, era inspirador ver alguém tão jovem e ao mesmo tempo tão determinado a abrir caminho no ensino e na investigação. A vida dele parecia estar dentro de um microscópio porque sempre o vi ao lado ou a espreitar num.

Ao longo do tempo, fui percebendo que a paixão pelo conhecimento e o compromisso com os doentes que ele transmitia seriam exemplos que ficariam comigo. Hoje, ao recordar esses primeiros anos, sinto gratidão por ter testemunhado o início de uma carreira que haveria de marcar gerações. E o Professor Maia, sim, aquele que não teve tempo para tirar a carta de condução porque ia perder tempo de estudo? Ele sabia isso e mais aquilo que eu nunca tinha nem imaginado. Não posso fazer aqui uma lista porque ia ser só elogios e alguns até que podiam falhar porque simplesmente esqueci.

E como é que está a vida nocturna agora? Naquele meu tempo não tinha. Tirando a Japonesa que nas noites de calor nos dava música até quase de madrugada eu desconhecia mais coisas. Também a guita não dava para essas coisas que há agora, se é que havia naquele tempo.



Sanzalando

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