recomeça o futuro sem esquecer o passado

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1 de julho de 2008

se pensaram se enganaram

Caminho através da algazarra de mil bocas falando ao mesmo tempo em sentido nenhum.
Mas para mim é o silêncio que me rodeia uma vez que caminho fechado dentro de mim, embriagado no espanto da surpresa. É que nem reparo que à esquerda está o zulmarinho na sua quietude dum dia de verão e à esquerda mil corpos sorvendo cada raio de sol como se fosse o último.
Caminho fechado dentro de mim martelando as palavras que ouvi num espantado silêncio de boca aberta.
Martelo-me que não sou cópia e nem me tento ser, porque já me custa ser igual a mim.
Fecho os olhos e não tropeço ma insegurança dum caminho traçado no conteúdo dum copo.
Tento que a minha cabeça fique em branco. Não encontro nem cinzas de pesadas consciências queimadas à última da hora.
Mais uma vez tento ser neutro de mim. Respiro fundo numa inspiração forçada tentando que o oxigénio excessivo neutralize os aneiróbicos pensamentos cinzetados construídos em estacaria apodrecida do ciúme, inveja de ser feliz sem gorjeta de favor.
Desisto e volto a caminhar de olhos abertos embevecido de poder ver os caminhos que escolhi.

Sanzalando

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