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31 de dezembro de 2009
dum ao outro ano
Me sento assim num sentar despreocupado a rever o que ficou para trás e só me sabe o sabor da palavra te perdoo. Na boca, no cérebro e nas lágrimas, tudo tem o sabor do perdão. Pode ser do medo de te perder, de não ter forças para te esperar mais por ti, mas o que me sabe é só o gosto dessa palavra chamada perdão.
Podes escrever nas linhas da tua memória que me doi muito não saber de ti, que o teu lugar em mim está ali gravado nas chamas da saudade dum amor que arde lentamente.
Me sento assim despreocupado porque o perdão, o medo e a esperança me dão forças para continuar na procura das palavras com sabor de ti, mesmo quando me fecho no silêncio dos ventos tristes da nostalgia.
Bom ano de 2010 para ti e todos nós!
29 de dezembro de 2009
Talvez amanhã
Me sento por aqui num nenhures qualquer e desato a ver que amanhã é hoje e que tu apenas me fizeste apaixonar para me veres de coração desfeito a cair aos pedaços num esquecimento raro de frequência moderada. Eu não sou apenas uma gajo raro, pois já tenho idade para saber se me entendo nos defeitos da dor de cabeça provocada pela privação do teu perfume, no arrepio da ausência do teu calor.
Estás em festa e não me tens ao lado, vais continuar em festa rumo á glória e eu ingloriamente aqui em nenhures vou ficando a ver-te com os olhos de ver ao longe, contando os pôr de sois que perdi, as trovoadas que não apanhei, sempre a pensar que é amanhã que me vens buscar para estar no teu mar, abraçado no teu luar.
Estás em festa e eu acho bem. Sou demasiado raro para receber o teu carinho ontem e hoje. Talvez amanhã!
28 de dezembro de 2009
Sonhar é facil
Passa um dia após outro. Uns entram na rotina dos excessos, outros nas simulações excessivas da rotina enfadonha. Mas passam o dia e, noutro que nascerá lá estará o lamento excessivo da rotina. Uma atrás da outra e quase sempre a mesma ladainha. Diariamente se afogam na melancólica rotina do lamento, nas ondas da tristeza que lhes puxa para mar alto.
Eu, aqui, neste canto de mim, lamento apenas que tenham fechado a barra, aquela por onde eu navego para os meus mares quentes do sul, ali ao pé do lá onde o perfume tem mais cheiro, onde o calor é mais quente e onde o sorriso é mais riso.
Não custa chorar porque é barato sonhar.
27 de dezembro de 2009
23 de dezembro de 2009
Mais um ano
Quase se finda mais um ano em que perdi a alma no vento dos entardeceres da vida, em que ela cavalgou por becos sem saída e por medos labirinticos dos pesadelos sonhados nos sorrisos das noites claras em que dormi acordado pensando nela. Mais um ano em que andei à deriva no rosto pálido da incerteza e no brilho das ilusões. Mais um ano de mãos vazias em que o volátil se me rendeu na incapacidade de voar no físico espaço da roda e me transportou nas nostalgias de ontem.
Mais um ano que se gastou nos pés descalços de calcorrear avenidas, ruas e vielas da imaginação que nos prega partidas, das realidades que sonhamos não nos acontecem. Mais um ano em que o vento gelou o horizonte na distância impossivel de lhe tocar.
Mais um ano que as noites são passadas sob estrelas estrangeiras, mas depois ouço uma voz amiga me cantar:
Não penses no passado porque não o podes mudar,
Não penses no futuro porque não o podes prever
E não penses no presente porque não o comprei!!
Boas Festas e nos Sonhos Também
21 de dezembro de 2009
Um suspiro por hoje
Tenho passado horas a pensar, damasiadas horas, entenda-se, a perguntar o que seria de mim se não fosses tu. Se não existisse o meu sonho como é que seria o verdadeiro outro eu que não olharia o zulmarinho? É evidente que tenho presentimentos e dúvidas secretas do que eu poderia ser. Mas os meus olhos castanhos não teriam brilho, o meu rosto não teria sorriso e a minha voz não teria sentimento.
Se não fosse o sonho, se não fosses tu o meu sonho, eu seria um fantasma de mim, um suspiro apagado no desespero de procurar-me em vão no vão dum abismo, um uivo silvado do vento norte que sopra para sul.
Tenho passado horas mortas, assassinadas pelo tédio, estranguladas pela inércia a pensar-te em como seria eu sem ti. É o sonho de cada um… sina dos vivos, memória dos mortos, presença dos ausentes momentos vagabundos.
Sonho-te porque eu apenas quero é sonhar-te.
20 de dezembro de 2009
14 de dezembro de 2009
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13 de dezembro de 2009
12 de dezembro de 2009
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6 de dezembro de 2009
5 de dezembro de 2009
Instantes (21)
4 de dezembro de 2009
Instantes (20)
A realidade é que as nossas vidas se foram afastando. Primeiro geográficamente e, progressivamente, até ao ponto em que hoje eu não sei como és e quase tenho a ceteza que não sabes como sou.
As palavras que nos podiam ajudar a comunicar, encortar todas as nossas distâncias, se encontram nos espaços do silêncio, prisioneiras do passado, afundadas nos medos, caladas nas sepulturas dos fantasmas que inventámos, nos receios de sermos o que afinal sempre fomos, nascidos um para o outro.
Afinal de contas também este amor não passou de um instante nas nossas vidas.
3 de dezembro de 2009
Instantes (19)
Tantos instantes houve em que guardei a minha expressão do teu olhar. Não queria glotificar-te nem te envaidever por saberes que estaria ali alguém que amar-te-ia até à morte, por instantes ou eternamente só o tempo o poderia dizer. Mas eu guardei para mim muitas expressões, olhares, sorrisos, aparencias perfeitas, máscaras de felicidade ou olhares de tristeza para não reconheceres a minha identidade verdadeira. Escondi-te como se isso fosse o perfeito, o reconhecimento da tua superioridade, a tua linha aprumada dum rumo delineado a régua e esquadro.
Tantos instantes houve em que tu poderias ter sido feliz, mas a tua arrogância, altivez, comportamentos fora de moda deitaram a perder sentimentos humanos. E eu, se calhar outros, fomos perdendo os instantes, um atrás do outro.
2 de dezembro de 2009
Instantes (18)
Apenas num instante e se escapam sentimentos por entre palavras abruptas que feram corações. Lembrei-me disto porque dei comigo a recordar-me dos teus silêncios que chegavam a ser insuportáveis. Cada dia que passava, cada dia em que eu te procurava como que se fosse o ultimo dia da minha vida, recebia a dor surda no peito do teu de desinteresse agoniado no meu olhar. Pensava eu que eu era o mais forte do mundo mas cada dia passado era uma prisão de raiva acumulada que explodia nas palavras que dizia no meu interno silêncio. Pelo menos assim não explodia à luz do dia nem seria motivo de chacota porque não me ligavas, porque me despresavas, porque nem sabias que eu existia ali ao teu lado.
Eram essas palavras ditas em surdina, misturadas com o teu silêncio, que faziam que cada instante fosse de raiva amalgamada de amor que eu não mostrava senão ao meu espelho.
1 de dezembro de 2009
Instantes (17)
Na verdade eu acordo diariamente com a necessidade de olhar-te e como não te vejo preciso dum abraço de silêncio.
Sanzalando