Hoje é dia de Brigadeiro Rato passar no fim da tarde pelo clube que tem porteiro fardado na porta e parece só entra quem é mesmo sócio de pagar cota alta que é luxo. Ele daqui a pouco vai-me gritar com o nome que ele me baptizou, chofer da tanga, em só de quem grita como se eu estivesse para lá da fronteira do outro lado, e dizer que está há mais de cinco minutos me esperar.
Mas me enganei. Me chamou de nome mesmo em tom surdo que se eu estivesse a passar nas brasas não lhe nem ouvir e me disse vai à tua vida que hoje não saio de casa.
Me imaginei logo estórias de castigo da mulher, coisas da vida deles que eu sei mas não vou nem pensar não vai estar alguém por aí a ouvir pensamentos. Mas depois me preocupei foi mesmo comigo e me disse vou fazer mais o quê se eu não posso nunca programar minha vida mais de cinco minutos à frente. Vou para casa mais uma vez ficar a ver se tem luz? Me lembrar que uma vez o Brigadeiro Rato, numa de conversar com ele por causa lá duma senhora funcionária, dizer para eu ouvir mas não responder, que a partir de agora te deixo livre, solto, desimpedido e que amor não se implora, apenas se sente e até hoje não sei quem foi quem disse isso, se ele ou se ela porque ele estava com cara de pobre defunto acabado de morrer.
Não, hoje é dia de verter uma ou outra loira gelada, ouvir conversa de homem que diz dez palavões em cinco palavras e descansar a carola de modo que ainda não é hoje que vou contar a estórtia verdadeira do Brigadeiro Rato
Sanzalando
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