recomeça o futuro sem esquecer o passado

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31 de outubro de 2014

Faz conta

Faz conta sobrou dentro de mim um espaço grande, assim que nem casa assombrada de passados que não são para esquecer, de anoiteceres que não são para cair num escurecer de vez, de noites que não foram escuras de não ver, de madrugadas que não são rompidas como roupa velha, assim que nem previsão de um dia novo para o ocupar.
Neste espaço de casa grande tento caminhar lento, saborear as horas que vão passando sem comer o pó de esquecidos passados, sem reler impaciências nem desespero, porque lá fora está frio, faz calor, tem gente ou existe solidão.
Que nem sonhos que sonhei em que chorar era fácil, mas sem esforço as lacunas se foram ocupando de móveis, imóveis e outros sonhos importantes que mesmo sem importância deram razão a um sorriso, caminho num valor de intimidade, calor de identidade e sabor de felicidade. 
Faz conta esta é a página dum livro que escrevi na memória com caligrafia de menino de escola.

Sanzalando

30 de outubro de 2014

Perdido na estória do tempo

Perdido na estória do tempo, num tempo que deixei passar, umas vezes intensamente vivendo e outras assim num gastar gastado, vou caminhando na aprendizagem de um dia saber escrever sem ter que ditar as palavras que tu vais ouvindo como que te levadas pelo vento.
Olho olhadamente para o meu reflexo no espelho da memória e me pergunto porque fiz isto? E aquilo? E mais aquele outro não sei quê? 
Umas vezes perdendo-me num pequeno erro quase deixei de ser eu, pondo-me numa prateleira de madeira carcomida pelo bicho. Outras vezes grito NÃO e até pareço uma estrela. 
Perdido na estória do tempo, no tempo em que era difícil dizer não ao coração e que as lágrimas perdiam-se num afluente de um rio eu tive um sonho e, hoje, encontrado no tempo, mantenho o sonho e de palavras escrita com a minha mão, mesmo que trémula, tu irás ler que vou conseguir, não tarda, vivê-lo. 
Demore o tempo que for, perca mais tempo, gaste-o abusivamente, mas vai sobrar tempo para viver esse sonho.



Sanzalando

29 de outubro de 2014

UM ANO DEPOIS MAIS

Sento-me frente a alguma coisa que é da era moderna. Como vou eu ter 723 palavras para agradecer? O meu vocabulário não contém tantas palavras assim e nem a minha gramática faria tantas frases certas para satisfazer todos os gostos, likes, kisses, sms, mss, wp, e sei lá mais que coisas novas que baralham a massa cinzenta de um cérebro carregado de areia do deserto que fica para lá da linha recta que é curva.
Bem, uma certeza que tenho é que sei quem me encontrou quando eu perdido estava por aí, quem me deu a mão quando mostrei medo da solidão, quem me mostrou o caminho quando eu só via a escuridão.
A todos vocês com o tu de ti incluído um grande OBRIGADO



Sanzalando

10 de outubro de 2014

tem tempos

Tem assim mais ou menos que nem dar uma paragem nas palavras. Mesmo nas outonais. Eles precisam ficar presas no dicionário a procriarem ideias para mais tarde nascerem. Tem assim uma especie de pausa para ver o que vai sair depois se é que sai alguma coisa. Tem tempos assim em que é preciso fechar a boca e pensar, pular, saltar, divertir, chorar e em silêncio criar palavras novas mesmo que já gastas pelo tempo.
Tem tempo é preciso dizer pára que a gente já vem. Não tarda!

Sanzalando

9 de outubro de 2014

outono outonal

Outono. Quando é que vou chorar desertos e viver rios de palavras?
Outono. Quando é que eu soube que o destino brinca com as pessoas?
Ora, é outono e juntos vamos trilhando o mesmo caminho e escrevendo apenas uma só história.  Assim sendo vou ler uma estória de embalar e em pensamento te desejar uma saudade cheia de mim, ouvindo a chuva e inventando o perfume a terra molhada.
Sendo assim, escondo a solidão por trás das palavras e soletro versos que só tu um dia entenderás.


Sanzalando

8 de outubro de 2014

delírios de outono

Se eu pudesse ser traduzido por palavras não sei qual as que escolheria para me definir. Encrenca, seria suficiente? Nostalgia seria retrato fiel? Chato, palavra rude demais?
Na realidade eu não me consigo ver mais para alem dum pacote de sopa liofilizada, um tupperware de sopa congelada ou um saco de comida précozinhada. 
Afinal de contas eu estou com delírios de outono e já não sei quem sou para além de quem se apaixonou..


Sanzalando

7 de outubro de 2014

simples outono

Tempo quente e o sol brilha. Perfeito. Não sou perfeito o tempo todo nem um feliz para sempre, sou um quanto baste neste verão de outono.
Deitado no meu quarto deixo-me levar nos teus abraços. Dói-te o corpo mas mesmo assim deixas sorrir os lábios. É outono e eu pouco importado com isso. 
Mesmo sendo outono eu não tenho inveja do tempo em que eu sentia nostalgia incontrolavel. Agora anseio. Simples outono.

Sanzalando

6 de outubro de 2014

outonamente

Me deixo embrulhar pelo silêncio como que a saborear o que sinto. Faz vento e talvez fosse melhor gritar para dar sentido. Mas prefiro o silêncio para sentir. O silêncio é acolhedor e o grito aterrador. Quero saborear. o que sinto.
Ouço o silvar do vento. Ouço-me respirar. Saboreio-me.
Outonamente deixo acastanhar sonhos para os revigorar noutras primaveras.


Sanzalando

5 de outubro de 2014

vento outono

Deixo o vento quente me despentear. Me empurra em sentido contrário. Desfaz-me vontades. Vento sem sentido soprado de noroeste.
Com isto tudo existe algum investimento seguro. Até o amor é vulnerável. Amar é sofrer, se for dado a alguem. 
Mas eu não consigo fechar o meu amor numa caixa forte que nem Patinhas. Eu te dou-o. Sofro-te por amor.
Sabes, não amar é mesmo um inferno!
Sopra vento. Força que aqui estou imperturbável a amar.


Sanzalando

4 de outubro de 2014

outono temporal

Céu aberto, céu fechado. Outono descontente. Irritante. Adjectivamente chato.
Fechado no canto da sala, empunhando lufadas de raiva, suspiros de sonhos sonhados e ideias reais me pergunto quantas vezes eu te vejo nos meus sonhos, mesmo nos acordados. Por falar nisso quantas vezes eu senti um aperto no alma ao mesmo tempo que desejo a tua chegada? E já agora quantas vezes eu pensei que tu eras o meu abrigo, a minha protecção?
É verdade. Olhando para ti tenho a certeza que encontrei o que tanto procurei.
Não sou normal. Eu desejo ser um final feliz.


Sanzalando

3 de outubro de 2014

Escrita outonal descabida

Tudo na vida chega e vai embora sem avisar. O que pode ficar mais tempo a gente quase nem dá valor e quantas vezes é o mais valioso que a gente tem. 
É verdade que quero um mundo melhor. Vou fazer esse mundo rodar ao contrário. 
Mas não é hoje que eu hoje tenho muito que fazer para deixar como está.
Escrita outonal descabida

Sanzalando

2 de outubro de 2014

outonal confuso

Pôpilas, outono quente que até parece ferve a cabeça. São ideias, senhora, diria eu me lembrando das aulas de história dum remoto antigamente. Mas ferve dum outonal sol quente.
Afinal de contas, eu, prisioneiro da dor e cúmplice da saudade, bêbado de amor e vazio de raciocínio, vivo da silva porem sem viver a vida tal e qual é possível, estou para aqui a lembrar-me de remotas histórias de engatar, enganar ou simplesmente encantar, numa de amigo ou mal dizer.
Miúdo que não cresceu porém orgulho em pessoa, certeza de tudo e de nada, dúvidas metódicas absolutamente decido não falar mais de maldade e prometo me renovar numa de dentro para fora.
Complicado?
Acredito.
Quem é que percebe o tempo?

Sanzalando