recomeça o futuro sem esquecer o passado

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29 de abril de 2018

prima bera

É Primavera de nuvens baixas e aguas mil não fosse Abril. O tempo não tem pressa de me mostrar as estrelas à noite num jardim, de me deixar ver as flores que plantei para ti brilharem à luz do sol no dia a dia de cada um. É na Primavera que arranjo coragem para as coisas simples da vida, para aprimorar o sorriso e aprender estórias novas para contar noutras estações. Assim vou fazer mais como? Vou-lhe chmar apenas de prima bera.


Sanzalando

27 de abril de 2018

primavera todos os dias

Brilha o sol nas janelas viradas para sul. Brilha o zulmarinho, Brilham os meus olhos. Sou eu a saborear a Primavera como que a rejuvenescer em mim.
Eu sei que tudo acontece por uma razão mesmo que a razão não me seja conhecida. As pessoas mudam para que eu possa viver sem elas, eu mudo para que o erro não seja repetível, eu saboreio quando as coisas dão certo e me brilham os olhos quando olho amor. Não acredito na mentira, não recomendo o erro e detesto a desconfiança. E às vezes tudo se desmorona e tudo se recomeça. 
O meu dia recomeça todas as manhãs e todos os dias tentam ser Primavera mesmo que o coração tenha quatro cavidades, as estações sejam quatro e eu já tenha passado dos 2/4 de século faz tempo. Todos os dias é dia de colocar no lugar o que foi tombado, o que foi desarrumado.
Todos os dia é Primavera


Sanzalando

24 de abril de 2018

o próprio tempo muda

Faça sol ou faça chuva, eu acredito que a gente muda. Uns para pior e outros para melhor. Ninguém fica igual nem indiferente. Não há forma da gente passar a vida sendo sempre a mesma pessoa. O tempo, a experiência, o sabor e dissabor, o amor e desamor, a transcendência e a ausência, a luz e a escuridão, a vontade e a inércia, quer nesta ordem ou noutra ordem qualquer, mexem com a gente e o nosso papel, que à nascença está em branco, vai sendo riscado, retalhado, queimado e assim nós nos vamos tatuando na alma uma personalidade, uma personagem que entra na engrenagem e se avaria não há embraiagem que ponha num ponto morto de começar de novo sem arranhões e outras conclusões.
Eu acredito que a gente muda mesmo sem plano definido. 
O próprio tempo muda.


Sanzalando

18 de abril de 2018

meditação primaveril

Hoje o vento não acordou e o meu cabelo penteado nem sai do seu estar alinhado. O zulmarinho parece é chão que apetece pisar até lá longe onde nem a vista alcança. Eu aqui medito, sentado, costas direitas e respirando um certo sabor a sal. Até parece que a Primavera acabou por chegar com saudade tropical. Não, não me vou analisar nem desmascarar o meu ponto mais frágil. Cimento-me nas marcas que a vida me deixou e grito as minhas exigências como se fossem fatias de fuba seca, gomos de laranja descascada a dedo ou metade da banana partida à mão. Medito envolvido nos meus modos na perfeição quase perfeita de amor feito.
Medito saboreando a Primavera quando lá, o Bero corre para o mar, feroz, derrubando obstáculos como se fossem frágeis ideias.


Sanzalando

15 de abril de 2018

até parecer primavera

Olha só o sol a se espreitar de trás das nuvens a quer espiolhar o que estou a fazer. Tá aqui me está a dizer que por detrás das nuvens não existe mundos nem estrelas. Olha que até parece é timidez. Vergonha é não brilhar com a alegria primaveril que devia ser nesta hora do ano.
Vou fazer mais o quê com este tempo?
Gastar palavras? Degustar ideias escritas? Baralhar cartas de amor?
Acho mesmo vou apenasmente fechar os olhos e pensar o sol brilha que até parece Primavera e as sombras  nublosas são música de embalar.

Sanzalando

13 de abril de 2018

Beijo

Um beijo, uma carícia, uma ternura. Um brilho de sol a reflectir no vidro duma janela como a ver por onde ando. É já andei por tanto lado que não sei se me perdi ou ainda sigo o caminho que me foi desenhado nas estrelas. Soprador de brisas e vertedouro de birras, cruzamento de palavras e trocador de abraços, recordador de sonhos acordado. Qual o meu caminho? Um beijo e terei a resposta.

11 de abril de 2018

gostar de tanto gostar,

Sol de Primavera parece perdeu o brilho. Deixou a luz se abafar na neblina, perdeu calor através da humidade e de vez em quando cai água parece dilúvio. Desabituei-me das manhãs de cacimbo, dos três dias de chuva, dos ventos de areia e do sol quente nos intervalos. E é assim que eu fico embirrento, implico, dou recado no olhar e viro costas à vontade de ficar calado, grito chega ou me afasto do respirar alheio. É assim na imaginação de quem está sentado a ver as palavras saírem com vida própria e vontade alheia. Na realidade eu brinco, riu-me, dou saltos e piruetas à espera que termine o dia cansativo e eu me deite no teu colo com vontade de sonhar.
Vou fazer mais o quê com o meu passado, presente e futuro? Me atiro de cabeça ao gostar de tanto gostar.


Sanzalando

7 de abril de 2018

eu sou-me único

Sabendo que ninguém é tão importante quanto pensa ou se imagina, me deixo levar, pelo vento primaveril que sopra em fim de tarde, como se fosse uma folha de papel escrita num para eu mesmo me ler e me recordar. A importância é relativa como relativo é o tempo que eu penso nisso. Mas eu sou especial. Nem que seja apenasmente para mim. Eu sei que já o fui para a minha mãe. Todas as mães têm essa coisa de adorar os filhos. Que podemos nós filhos fazer? Ser amados. Regressemos à simplicidade do começo. Às vezes sou importante porque sorri para alguém, amigo, conhecido ou apenas cruzamento de olhar. Naquele momento fui único porque único foi o momento.
Afinal de contas eu apenas faço com que a minha vida seja um pouco mais brilhante, porque é a única que tenho agora, assim à mão de semear e que posso viver.


Sanzalando

6 de abril de 2018

meditativo delírio

Sentado na esplanada, absorvendo os raios de sol que fracamente ultrapassam as nuvens altas neste dia de primavera, embalado na melodia arritmada do marulhar, medito sobre mim, delito flagrante dos meus egocentricos pensamentos. Um dia enamorei-me e por ser como sou me gostaste da mesma forma. Ainda hoje me emociono quando seguras a minha mão, ansiosamente espero a tua chegada, sorrio ao teu sorriso, arrepio-me no teu abraço, tal como no primeiro que me deste.
Primavera que vem buscar-me em forma de desejo ardente faz como que  não haja um ponto final a este meditativo delírio


Sanzalando

4 de abril de 2018

Na cidade parece foi ontem

Faz conta, mermão, que esta mesa deste café é um café da tua e minha juventude ao mesmo tempo que é uma fogueira e que a gente está à volta dela a trocar palavras. 
Imagina que esse mar que está aqui é onde tudo começa e onde tudo termina. Imagina que muita essa água são as lágrimas choradas às escondidas nos dissabores de amores de juventude. 
Olha que esses cabelos em desalinho, agora brancos e estilo anos 70, são a gente como a gente era. Esses corpos magros, as barrigas ainda não ganhas e o pneus ganhos com o tempo ainda não eram nem amostra. Vamos sentar em roda e beber umas e outras e falar dos ontens que aconteceram e para termos ideias para amanhãs, recordarmos e sabermos que vivemos, que percorrermos os lugares de ontem e chegamos ao amanhã. Mermão, hoje te recebi uma foto desses tempos, uma foto que tocou fundo no coração. Tinha o zulmarinho, tinha Fané, tinha o biquini azul, tinha, tinha tinha, tantos tinhas que acho até tinha perfume da cidade. Tinha a côr no preto e branco, salpicados por muitos brancos devido ao tempo, espaço entre dois momentos. Deu um toque no coração, uma gota de zulmarinho percorrendo a cara, uma emoção. Mermão, como tu dizes que hojesou eu que pago as loiras, já não bebo mais. Mas só hoje porque as outras serão pagas pela MAGIA da nossa exitência, pela capacidade dos nossos sonhos, pela amizade que nos liga. Te lembra, mermão, que aqui sentados em roda, bebendo umas e outras, não interessa de que é que se vão lembrar de nós, mas sim quem vai se lembrar de nós e o que vamos nós nos lembrar


Sanzalando

3 de abril de 2018

por mares acima

No vai e vem do mar dou comigo a navegar por pensamentos e sonhos como desde criança. Será ainda sou criança que espera as flores da primavera?
Não sou de prometer felicidades e alegrias constantes, apenas um estar perto em todos os momentos, independentemente eles sejam o que forem. Sou mais do tipo me encontro em todo o lado, na alegria e na tristeza, na esquina ou na esplanada, no momento que é preciso. Sou mesmo tipo Primavera é quando a gente sorri.
Por isso sorrio para os pensamentos e esqueço os pesadelos e outros passamentos. Só não quero mesmo é navegar sozinho por essa vida fora. Navego ao sabor das ondas desse mar que me liga e me redescobre em cada onda.

Sanzalando

1 de abril de 2018

Páscoa

A pascoa para uns é a ressurreição de  Cristo, para outros touradas, largadas e outras marradas, para outros grandes almoçaradas e outros a oportunidade de comer chocolate em forma de ovo oferecido por um coelho. Para mim é um pretexto de dizer olá aos amigos e sentir no zulmarinho as noticias do meu sul.