A Minha Sanzala

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4 de abril de 2018

Na cidade parece foi ontem

Faz conta, mermão, que esta mesa deste café é um café da tua e minha juventude ao mesmo tempo que é uma fogueira e que a gente está à volta dela a trocar palavras. 
Imagina que esse mar que está aqui é onde tudo começa e onde tudo termina. Imagina que muita essa água são as lágrimas choradas às escondidas nos dissabores de amores de juventude. 
Olha que esses cabelos em desalinho, agora brancos e estilo anos 70, são a gente como a gente era. Esses corpos magros, as barrigas ainda não ganhas e o pneus ganhos com o tempo ainda não eram nem amostra. Vamos sentar em roda e beber umas e outras e falar dos ontens que aconteceram e para termos ideias para amanhãs, recordarmos e sabermos que vivemos, que percorrermos os lugares de ontem e chegamos ao amanhã. Mermão, hoje te recebi uma foto desses tempos, uma foto que tocou fundo no coração. Tinha o zulmarinho, tinha Fané, tinha o biquini azul, tinha, tinha tinha, tantos tinhas que acho até tinha perfume da cidade. Tinha a côr no preto e branco, salpicados por muitos brancos devido ao tempo, espaço entre dois momentos. Deu um toque no coração, uma gota de zulmarinho percorrendo a cara, uma emoção. Mermão, como tu dizes que hojesou eu que pago as loiras, já não bebo mais. Mas só hoje porque as outras serão pagas pela MAGIA da nossa exitência, pela capacidade dos nossos sonhos, pela amizade que nos liga. Te lembra, mermão, que aqui sentados em roda, bebendo umas e outras, não interessa de que é que se vão lembrar de nós, mas sim quem vai se lembrar de nós e o que vamos nós nos lembrar


Sanzalando

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