Na adolescência, eu acreditava que o amor vinha sempre como nas músicas da rádio: promessas infinitas em versos simples embrulhadas em melodias suaves. Mas encontrei, em vez disso, amores imperfeitos, tímidos, apressados, às vezes tão intensos quanto confusos. Guardava bilhetes amassados no bolso, versos rimados nas sebentas, e sempre silêncio dos olhos delas.
Eram amores que não sabia iam durar, mas sabia que me marcavam. No reflexo do espelho, via-se crescer entre as falhas e quedas o ar triste da morte por amor ao mesmo tempo que ia aprendendo que o coração também se constrói com feridas e arranhões.
Agora, adulto, recordo aqueles amores como se tivessem sido pequenos fogos de artifício: não iluminaram por muito tempo, mas deixaram no céu da memória um clarão impossível de esquecer.
Sem comentários:
Enviar um comentário